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Israel prepara-se para possível confronto violento com o Hamas

Incidentes em Jerusalém ao longo do Ramadão pode motivar, dizem as autoridades de Israel, uma resposta violenta da parte do Hamas – que o Estado hebraico tentou colocar fora das eleições.
10 Maio 2021, 17h30

A repetição ao longo de várias semanas de confrontos violentos em Jerusalém por ocasião da celebração do Ramadão, que implica sempre peregrinações de muçulmanos à cidade que Israel considera agora ser sua capital exclusiva – fez com que o Estado hebraico aumentasse o grau de alerta. Em causa está aquilo que as autoridades israelitas consideraram poder ser uma reação ainda mais violenta do Hamas – grupo que controla a Faixa de Gaza, de onde o tráfego aéreo já foi desviado.

As estradas ao redor de Gaza também estão fortemente condicionadas e os serviços de transportes ferroviário estão cortados, na tentativa de impedimento de qualquer deslocação de palestinianos para o interior de Israel.

Entretanto, e segundo os jornais israelitas, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, já falou tanto com os líderes do Hamas como com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, na tentativa de chamar a atenção para o que considera ser o atropelo aos direitos dos palestinianos.

Mas para já as palavras em público continuam a ser duras. Recep Erdogan prometeu mobilizar o mundo para impedir o “terror” israelita – depois de mais de 300 pessoas terem ficado feridas esta segunda-feira em confrontos entre palestinianos e policiais no Monte do Templo. Erdogan faz apelos separados a Mahmoud Abbas e ao líder do Hamas, Ismail Haniyeh, para denunciar as ações de Israel.

O mês (móvel) do Ramadão é tradicionalmente de forte tensão em Jerusalém (o terceiro mais importante santuário para o Islão, a seguir a Meca e a Medina). Desta vez, o mês sagrado dos muçulmanos coincide com o Dia de Jerusalém, data celebrada esta segunda-feira e que comemora o dia em que Israel conquistou, em 1967, Jerusalém Oriental e a Cidade Velha, que abriga lugares sagrados muçulmanos, judeus e cristãos.

Relatos ao minuto da Marcha das Bandeiras do Dia de Jerusalém (uma das comemorações tradicionais) afirmam que as comemorações estão a ocorrer pacificamente na Cidade Velha, sem que para já haja relatos de confrontos entre judeus e palestinianos – mas as autoridades policiais tiveram a preocupação de desviar a manifestação de rota onde poderia haver confrontos.

Entretanto, a cidade de Ashkelon abriu todos os abrigos públicos contra bombas depois de, a partir da Faixa de Gaza, terem surgido ameaças de ataques a Israel.

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