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Israel reforça segurança depois da morte de Fakhrizadeh-Mahabadi

Altos quadros do regime de Teerão afirmaram estarem convencidos que o atentado que vitimou o cientista tem por trás uma operação israelita. As embaixadas em todo o mundo foram aconselhadas a aumentar a vigilância.
  • Morteza Nikoubazl / Reuters
30 Novembro 2020, 17h22

O Ministério das Relações Exteriores israelita enviou uma carta aos seus diplomatas para os colocar “no mais alto nível de vigilância” e alerta, uma vez que temem que o Irão possa retaliar depois do assassinato do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh-Mahabadi.

A carta aconselha todas as missões diplomáticas israelitas a aumentarem os seus protocolos de segurança e a permanecerem alertas após o assassinato do cientista e da promessa da república islâmica em vingar a sua morte – que tem como principal suspeito, na opinião de Teerão, os serviços secretos israelitas.

O ministério convocou as missões para manter “o mais alto nível possível de preparação e vigilância para qualquer atividade incomum na área das missões diplomáticas e nos centros comunitários judeus e israelitas”. A carta diz querer “enfatizar a gravidade dos acontecimentos e a necessidade de todos nós garantirmos a segurança e a saúde de todos os funcionários das missões e seus familiares, sem exceção”.

Fakhrizadeh-Mahabadi foi morto numa emboscada na passada sexta-feira nos arredores de Teerão, supostamente com o recurso a um caminhão-bomba. Mas um relatório divulgado este domingo pela agência semi-oficial Fars afirmava que o assassinato foi executado à distância, com o uso de uma metralhadora de controlo remoto instalada num carro.

Autoridades iranianas do topo da hierarquia culparam Israel pela morte do cientista e suposto mentor do programa de armas nucleares do Irão – e a eventual intromissão de Israel ter-se-ia dado precisamente para parar com o plano de criação de armas nucleares. O jornal norte-americano ‘The New York Times’ também coloca Israel por trás do atentado, citando três oficiais de inteligência não identificados.

O governo de Israel recusou-se, segundo os jornais do país, a comentar a possibilidade do seu envolvimento no atentado. Até agora, os jornais não relatam qualquer evidência de que os militares israelitas tenham aumentando o seu nível de alerta ao longo das fronteiras do país.

Entretanto, o ministro iraniano da Defesa, Amir Hatami, reagiu ao assassinato do cientista dizendo que “nenhuma atrocidade, terror ou ato estúpido ficarão sem resposta”. “Vamos perseguir os responsáveis até o fim e seguiremos a ordem do aiatolá Ali Khamenei”, disse Hatami esta segunda-feira durante as cerimónias fúnebres do cientista.

“Agradeço sinceramente a todas as nações e governos que apoiaram o Irão neste incidente e expressaram a sua repulsa para com o assassinato”, disse Hatami – que alertou os países que patrocinam o terrorismo para que a república islâmica sempre lidou com terroristas “como fizemos na região da Síria e do Iraque, juntamente com os governos e nações e as forças armadas desses países”. “Faremos isso de novo”, disse, para avançar que o Irão vai duplicar o orçamento para seus projetos de defesa.

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