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Israel submerso em iniciativas da extrema-direita contra o novo governo

Ainda não há um novo governo em Israel, mas a coligação de oito partidos que apoiam Naftali Bennett para primeiro-ministro está a ser diabolizada.
7 Junho 2021, 18h10

A eminência da votação no novo governo de Israel – o primeiro a não ser liderado por Benjamin Netanyahu desde março de 2009 – está a resultar em ondas de choque de tal modo inesperadas, que o líder do serviço de segurança interna, o Shin Bet, Nadav Argaman, pediu publicamente aos políticos israelitas que assumam as suas responsabilidades e parem de incendiar a sociedade.

Desde que ficou claro – mesmo que não a 100% – que a coligação de oito partidos que propõe o líder do Yamina, Naftali Bennett, e Yair Lapid, líder do Yesh Atid, como primeiros-ministros em regine de rotatividade, tem fortes possibilidades de formarem o próximo governo, que o país assiste a uma escalada de declarações que diabolizam o próximo executivo.

Com os deputados do Likud, o partido de Netanyahu em grande destaque, a maioria das organizações ligadas à direita e à extrema-direita têm levado a cabo uma estratégia que está a levar à extremização de posições. A mais recente prova desta espiral foi protagonizadas pela deputada May Golan, do Likud, que chamou a Bennett e a Lapid “homens-bomba”, afirmando que Israel não pode dar-se ao luxo de ter um governo associado aos israelo-palestinianos que apoiam o terrorismo.

Golan acusou os dois políticos de “serem xiitas” “em missão suicida” – comparando-os com os piores elementos do Estado Islâmico (que por acaso é sunita) e com os grupos que Israel considera terroristas, entre eles o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Entretanto, grupos das mais diversas origens – entre eles os ligados a tendência religiosas radicais – têm tentado por todos os meios denegrir a imagem do futuro governo, e a mensagem é basicamente sempre a mesma: o novo executivo abre as portas do poder do Estado hebraico ao terrorismo que o quer destruir.

Perante a escalada da tensão, as autoridades acabaram mesmo por impedir que a Marcha de Jerusalém, que teria lugar na próxima quinta-feira, se venha a realizar – na tentativa de acabar à partida com um foco de violência que estava previamente identificado. O Hamas já aplaudiu a decisão, mas não é certo que os grupos ligados a esta manifestação nacionalista venham a acatar totalmente a decisão das autoridades.

No meio deste pandemónio, e segundo os jornais israelitas, o próximo governo está a perder o apoio dos israelitas: desde que Bennett foi indicado para ir a votos no Knesset (Parlamento) e tentar formar governo que a sua popularidade tem vindo a afundar-se.

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