O referendo constitucional em Itália deverá abrir caminho para uma reforma na composição da estrutura legislativa do país, como mostram as sondagens à boca das urnas feitas pela Rai. Sete regiões italianas votaram este domingo e segunda-feira para a composição dos seus órgãos regionais, além do voto nacional sobre a reforma constitucional que cortará a composição do parlamento.
Com uma afluência que deverá rondar os 54%, segundo as projeções da cadeia italiana, o ‘Sim’ deve vencer o referendo constitucional ao conquistar 68% dos votos, uma vantagem clara. Fica assim viabilizada a alteração constitucional já aprovada pelo parlamento em 2019 que reduz o número de legisladores de 945 para 600, cortes repartidos entre Senado e Câmara dos Deputados.
A reforma era apoiada pela Movimento 5 Estrelas (M5E), que promoveu a reforma, tendo encontrado apoio em membros de vários partidos numa discussão que causou divisões internas nos grupos que constituem o parlamento italiano.”
O que atingimos hoje aqui é histórico”, congratulou-se Luigi Di Maio, um dos maiores apoiantes da lei. “Podemos voltar a ter um parlamento normal, com 345 lugares e menos privilégios”, continuou, lembrando o papel do M5E na reforma.
Eleições regionais deverão manter bastiões do centro-esquerda
Nos outros atos eleitorais do fim-de-semana, as eleições regionais da Toscana eram as que geravam mais curiosidade. Um bastião da esquerda italiana, a região encontrava-se envolta em incerteza quanto ao resultado das eleições, com a expetativa de que a direita de Salvini e da sua Liga Norte pudesse crescer e conquistar mesmo o governo regional.
No entanto, as sondagens à boca das urnas apontam numa vitória do centro-esquerda sem maioria, com o candidato do Partido Democrático (PD) a reunir 48% das intenções de voto, contra 40% da candidata apoiada pela Liga. Roma respira assim de alívio, numa eleição regional que poderia fragilizar a posição do PD, numa equação delicada de balanço de poderes entre a esquerda e a direita italianas.
Nas restantes regiões a votos, Campanha deverá manter a preferência pelo PD, com o seu candidato a liderar com 62% dos votos. Veneto e Liguria deverão atingir maiorias absolutas de direita, enquanto que Puglia e Marche deverão cair para a direita, mas sem maioria absoluta.
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