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Jay Powell alerta: Covid-19 penalizou mais as mulheres e as minorias

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, vincou que a crise da Covid-19 “não afetou os americanos de forma igual” e identificou dois grupos de trabalhadores nos serviços, com menores níveis de salários, que mais se encontram sob pressão: as mulheres e as minorias.
30 Julho 2020, 07h57

A crise da Covid-19 não afetou os norte-americanos da mesma forma, uma vez que as pessoas com menores rendimentos foram mais prejudicadas, nomeadamente os trabalhadores que desempenhavam funções pouco qualificadas em alguns setores dos serviços, como na restauração ou na hotelaria.

“A contração da economia não caiu sobre todos os norte-americanas de forma igual”, disse Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal norte-americana, esta quarta-feira, na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da decisão sobre política monetária para os Estados Unidos, na qual a taxa de juro diretora foi mantida no intervalo de entre 0% e 0,25%.

“Os que têm menos capacidade para enfrentar o fardo são os mais afetados e a subida do desemprego é mais severa para os trabalhadores com menores salários, nas mulheres e nos hispânicos”, adiantou Jay Powell.

O presidente da Fed já tinha afirmado, numa audição semestral sobre o relatório de política monetária no Congresso, em junho, que a “a recessão poderá aumentar as desigualdades económicas“.

Obviamente que a contração da economia, por causa da Covid-19, “caiu em toda a gente”. Desde o início da pandemia, 22 milhões de norte-americanos perderam o emprego e, deste número, apenas um terço foi recuperado durante os meses de maio e de junho, quando se registou uma ligeira melhoria das condições económicas.

No entanto, “em termos de desigualdade, [a contração da economia] caiu de forma muito pesada nos que têm menores capacidades financeiras para enfrentar a situação”, reforçou Jerome Powell.

Segundo uma análise da Fed, as pessoas que trabalham nos serviços e que ganham, anualmente, até 40 mil dólares tinham uma probabilidade de 40% de perder o emprego em abril ou maio. “Isto está acontecer com muita força entre as minorias e as mulheres. É isto que a pandemia está a causar”, alertou.

“Estamos a tentar criar um ambiente nos mercados financeiros e na economia para que estas pessoas tenham as melhores hipóteses de voltar a trabalhar, seja no posto de trabalho antigo, seja num novo”, disse o presidente da Fed.

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