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Jerónimo acusa PS de usar PRR como “cenoura” para lavar as mãos de investimentos do Governo

No arranque do primeiro dia oficial de campanha autárquica, Jerónimo de Sousa escolheu Moura, no distrito de Beja, um dos municípios que a CDU perdeu em 2017 para os socialistas, eleitos pela coligação como os principais adversários nestas eleições.
  • Foto: Cristina Bernardo
14 Setembro 2021, 13h37

O secretário-geral do PCP considerou hoje que o PS está a “chantagear os eleitores” com promessas milionárias e que utiliza o PRR “como uma cenoura” para transferir para as autarquias encargos que deveriam ser do Estado.

No arranque do primeiro dia oficial de campanha autárquica, Jerónimo de Sousa escolheu Moura, no distrito de Beja, um dos municípios que a CDU perdeu em 2017 para os socialistas, eleitos pela coligação como os principais adversários nestas eleições.

O local pretendido para a sessão pública da manhã era o Largo General Humberto Delgado, mas a chuva torrencial obrigou a alterar os planos para um cineteatro.

Aqui, o dirigente comunista insurgiu-se contra o que considerou ser a irresponsabilidade do Governo nas promessas que advêm da ‘bazuca europeia’.

“O PS agita-se agora em promessas de milhares de milhões para chantagear os eleitores, mas se há dinheiro – e há -, então que se dê respostas aos problemas das populações e se efetivem os seus direitos. E que não se use o dinheiro como cenoura para transferir encargos para as autarquias, reduzindo, de facto, no plano nacional o financiamento e o investimento público que cabe ao Estado”, sustentou, aludindo ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

No final de agosto, o secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, António Costa, tinha referido que “é fundamental em cada região haver uma maioria de autarcas do PS”, destacando o papel das autarquias na execução dos fundos europeus.

Costa explicou que “em várias das áreas mais importantes onde há recursos mobilizados no PRR ou no quadro financeiro plurianual são mesmo os municípios que terão um papel central na sua execução”, realçando, por outro lado, que “as autarquias passaram a ter um papel decisivo na estratégia de desenvolvimento económico e social de cada região”, com a mudança legislativa que introduziu a eleição indireta dos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Hoje, em Moura, o secretário-geral comunista também criticou o que lhe parece ser a existência de um PS a nível local e outro a nível nacional, no que diz respeito à reposição de antigas freguesias.

“Bem pode o PS aqui andar a acenar demagogicamente com a defesa dessa reposição. Não pode haver um PS em Moura e um outro nacional. Aqui em Moura e na Assembleia da República é o mesmo PS a impedir uma vez mais este ano, como já sucedera em 2017, que o povo de Santo Amador, Safara e Santo Aleixo da Restauração para lá das freguesias da cidade não veja a sua freguesia reposta”, advogou.

A Coligação Democrática Unitária (CDU) – composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e pela Associação Intervenção Democrática – concorre a 305 câmaras nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

Há quatro anos perdeu nove municípios para os socialistas e contabilizou o pior resultado neste ato eleitoral.

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