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Jerónimo de Sousa reitera que é “indispensável” mudar Lei de Bases da Saúde

O secretário-geral do PCP reiterou que é “indispensável” mudar a Lei de Bases da Saúde e separar o setor público do privado, criticando o PS e BE pela “porta em aberto” à criação de Parcerias Público-Privadas (PPP).
20 Junho 2019, 08h56

“Mantemos a opinião de que é indispensável e imperioso mudar a Lei de Bases e clarificar, sem ambiguidades, a separação entre o setor público e privado”, defendeu Jerónimo de Sousa, afirmando que a proposta do PS “favorece os grandes grupos monopolistas que operam no setor da saúde, prejudicando os doentes, os dinheiros públicos e o Serviço Nacional de Saúde”.

O líder comunista falava numa sessão pública no Largo da Misericórdia, em Setúbal, na quarta-feira, 19 de junho, onde não comentou o desacordo político entre o PS e BE em relação ao enquadramento das PPP na Lei de Bases da Saúde, mas criticou os diplomas de ambos os partidos.

“Tanto as propostas do PS como do BE deixavam a porta em aberto e empurravam o problema com a barriga, permitindo a criação de novas PPP”, explicou.

O PS e o BE encontram-se em confronto político desde terça-feira, após debate quinzenal, devido às visões opostas sobre as Parcerias Público-Privadas na saúde.

No entanto, na visão de Jerónimo de Sousa, não há outra opção que não “pôr fim às PPP”.

Segundo o líder comunista, esta questão na saúde é um exemplo dos vários “problemas estruturais” causados pela política de direita, conduzida pelo PS, PSD e CDS-PP durante mais de quatro décadas.

“Camaradas, a política de direita não é um mero ‘slogan’ ou um conceito vazio, a política de direita tem um conteúdo e uma expressão muito concreta e uma natureza de classe bem determinada. Essa política conduziu o país ao retrocesso, foi e é a política a restaurar e consolidar em Portugal o domínio do grande capital monopolista”, defendeu.

Neste sentido, o secretário-geral do PCP lembrou aos militantes presentes que se aproximam as eleições legislativas e admitiu que “as dificuldades vão ser grandes” na campanha, mas frisou que é possível “um caminho de avanços através da CDU”.

“Sim, as dificuldades vão ser grandes, o silenciamento vai ser muito e a campanha ideológica vai acentuar-se, mas assim havia de ser camaradas, por causa do partido que temos e que somos, por causa da CDU sempre do lado dos trabalhadores e do povo, sempre na luta contra o capital. O que esperávamos? Queríamos que o capital nos perdoasse? Não, não conseguem fazer isso e é por isso que vamos, com certeza, fazer boa cara ao mau tempo, vamos estar animados pela esperança e pela confiança de que é possível uma vida melhor para os portugueses”, afirmou.

Nesta sessão também discursou o primeiro candidato da CDU às eleições legislativas pelo círculo eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes, que lembrou a importância da terceira travessia do Tejo, entre o Barreiro e Lisboa, a construção do hospital do Seixal, o aumento da frota dos transportes públicos e o fim da concessão à Fertagus, que assegura o transporte ferroviário entre a Margem Sul e Lisboa.

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