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Jerónimo Martins e Sonae voltam a subir no ‘ranking’ global do retalho

“Para os retalhistas, estes indicadores macroeconómicos vão traduzir-se num crescimento mais lento dos gastos de consumo, no aumento dos preços e em perturbações nas cadeias de fornecimentos globais”, apontou, em comunicado, Miguel Eiras Antunes, sócio da Deloitte.
17 Janeiro 2019, 09h54

A Jerónimo Martins e a Sonae SGPS voltaram a subir no ‘ranking’ (avaliação) global do retalho da Deloitte em 2018, em comparação com o ano anterior, ocupando agora, respetivamente, a 55.ª e a 156.ª posição.

De acordo com o estudo ‘Global Powers of Retailing 2019’, que engloba 250 empresas a nível mundial, a Jerónimo Martins é hoje o 55.º maior retalhista, avançando uma posição em comparação com o ano anterior.

Em dez anos, a dona do Pingo Doce subiu mais de 60 posições, tendo, em 2017, o ano sido marcado por “um forte desempenho operacional”, com todas “as geografias e insígnias a reforçarem as suas posições de mercado (Portugal, Polónia e Colômbia)”. Por sua vez, a Sonae SGPS ascendeu à 156.ª posição, quando, no ano anterior, ocupava o 167.º lugar, tendo, em dez anos, subido cerca de 20 posições.

A conjuntura económica da zona euro tem vindo a registar uma desaceleração e existe uma incerta e instabilidade associada a fenómenos como o ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia), que se temretalhp refletido numa descida da procura.

“Para os retalhistas, estes indicadores macroeconómicos vão traduzir-se num crescimento mais lento dos gastos de consumo, no aumento dos preços e em perturbações nas cadeias de fornecimentos globais”, apontou, em comunicado, o sócio líder do setor de retalho da Deloitte, Miguel Eiras Antunes.

Por isso, de acordo com o responsável da consultora, “é expectável que, nos próximos anos, o setor enfrente alguns desafios nesta matéria. Contudo, os mercados maduros apresentam igualmente um conjunto de novas oportunidades ao nível da inovação tecnológica”.

A liderar o ‘ranking’ ficaram, novamente, as norte-americanas Wal-Mart Stores, Costco Wholesale Corporation e The Kroger Co. Destaca-se no quarto lugar a Amazon, com uma subida impulsionada “por uma estratégia competitiva de preços”, seguida pelo grupo alemão Schwarz.

No sentido inverso, a ocupar os últimos lugares da tabela ficaram a norte-americana The Golub Corporation (250.ª posição), a brasileira Magazine Luiza (249.ª), a japonesa Heiwado Co. (248.ª), a sueca Coop Sverige AB (247.ª) e a norte-americana American Eagle Outfitters (246.ª).

No ‘ranking’ registaram-se também algumas estreias como as alemãs Metro AG (26.º lugar) e a Ceconomy AG (40.º), a chinesa Wumart Holdings (187.º), a norte-americana Wayfair (205.º) e a brasileira RaiaDrogasil (223.º).

A Europa apresenta o número mais alto de retalhistas no Top 250, com 87 empresas, mais cinco que no período homólogo.

No mesmo documento, o sócio do setor de Retalho da Deloitte Pedro Miguel Silva, referiu que “os retalhistas europeus continuam a ser mais ativos a nível global pelo facto de procurarem oportunidades de crescimento fora dos respetivos mercados maduros. Uma estratégia seguida também pelos dois maiores retalhistas portugueses, cujas operações em mercados externos continuam a representar uma forte aposta”.

Segundo o estudo da Deloitte, as receitas agregadas das 250 maiores empresas de retalho a nível mundial totalizaram 4,53 triliões de dólares (3,96 biliões de euros) no ano fiscal de 2017 (exercício encerrado até junho de 2018), valor que representa um crescimento homólogo de 5,7%.

Os dez maiores retalhistas do mundo contribuíram em 31,6% para a receita gerada no ano fiscal de 2017.

“O crescimento registado no Top 10 ultrapassou o crescimento reportado pelos 250 retalhistas neste estudo com 6,1% e 5,7% respetivamente. No entanto, a margem de lucro líquida total dos dez maiores retalhistas foi mais baixa quando comparada com o top 250”, apontou, em comunicado, a consultora.

Esta realidade justifica-se com o facto de “oito dos dez retalhistas trabalharem no retalho alimentar, um setor com margens baixas, que estão permanentemente sob pressão devido ao aumento dos custos, baixo poder de inflação de preços imposto pela crescente concorrência e transparência e ao investimento necessário na transformação digital dos negócios”.

O retalho alimentar foi o que mais contribuiu para o Top 250, com as 138 empresas deste setor a gerarem 66,2% das receitas do retalho no ano fiscal de 2017.

A 22.ª edição do ‘Global Powers of Retailing’ identificou os 250 maiores retalhistas do mundo e analisou o desempenho obtido pelo setor ao nível do volume de negócios, crescimento e rentabilidade nas várias geografias, segmentos de atividade e formatos de loja.

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