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Jerónimo Martins vê “sinais de recuperação” apesar da queda de 36,2% nos lucros do semestre

“Os próximos meses continuarão a ser duros”, alerta o CEO do Grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, anunciando um lucro de 104 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, menos 36,2% que no período homólogo de 2019.
29 Julho 2020, 18h01

A Jerónimo Martins (JM) apresentou esta tarde os resultados semestrais de 2020 – uma redução de 36,2% nos resultados líquidos, limitados assim a 104 milhões de euros -, embora admita “sinais de recuperação em Portugal”, salvaguardando o aviso deixado pelo seu presidente executivo, Pedro Soares dos Santos: “os próximos meses continuarão a ser duros”

O desempenho das insígnias da JM em Portugal registou “sinais de recuperação perante o aligeirar das medidas de confinamento”, refere este grupo. “Os primeiros seis meses do ano ficam sobretudo marcados pelos efeitos da disrupção causada pela pandemia no segundo trimestre”, explicou, garantindo que conseguiu “manter a continuidade dos negócios e a estabilidade das cadeias de abastecimento num contexto de crise prolongada e ainda sem fim à vista” que “tem exigido das equipas, aos vários níveis da organização e particularmente àqueles que estão nas nossas lojas e centros de distribuição, resiliência, determinação e compromisso verdadeiramente extraordinários”, diz.

Pedro Soares dos Santos deixou aos seus trabalhadores – as nossas pessoas –, “uma nota pessoal de apreço”. “Definimos prioridades comuns a todas as companhias do Grupo JM, ao mesmo tempo que reforçámos a autonomia local. Esta autonomia permite uma resposta eficaz às diferentes medidas de contenção e diferentes comportamentos do consumidor observados nos países em que operamos”, refere Pedro Soares dos Santos.

Assim, “mantendo o foco na salvaguarda da segurança das equipas e dos consumidores, na proteção das cadeias de abastecimento e na entrega de qualidade a preços baixos aos consumidores, cada insígnia desenhou e implementou planos de ação específicos. Na Polónia, a Biedronka respondeu aos desafios com grande assertividade, combinando rapidez, flexibilidade e espírito de iniciativa. Esta dinâmica, aliada à relevância das campanhas promocionais, protegeu a rentabilidade da companhia e resultou em ganhos de quota de mercado”, comenta o CEO da JM.

“Em Portugal, a economia está a sofrer pela sua sobre-exposição ao sector do turismo e pelas consequências das fortes restrições impostas à actividade de retalho. Estes factores tiveram impacto imediato na rentabilidade dos nossos modelos de negócio. Na Colômbia, as medidas de confinamento e as restrições à actividade económica fazem-se ainda sentir por todo o país, dificultando a visibilidade sobre os impactos na economia de uma pandemia que apresenta comportamentos muito diferentes de região para região. Isto justifica de algum modo a abordagem descentralizada adoptada pelo Governo, que inevitavelmente gera complexidade para a nossa operação”, adianta Pedro Soares dos Santos.

“Estou consciente de que os próximos meses continuarão a ser duros, mas o sólido desempenho do nosso principal negócio, a robustez do balanço do Grupo e a capacidade de adaptação das nossas equipas reforçam a minha confiança de que saberemos navegar as águas difíceis em que nos encontramos e levar este barco a bom porto, orientados pelas prioridades estratégicas que definimos e com as quais estamos comprometidos”, refere o CEO do Grupo JM, Pedro Soares dos Santos.

Quanto aos números, o EBITDA do Grupo JM desceu 4,9% (menos 2,7% a taxas de câmbio constantes) passando para 635 milhões de euros, penalizado pelo aumento de custos operacionais no contexto da pandemia e pelas medidas de confinamento em vigor ao longo de quatro dos meses do período. Os resultados líquidos baixaram 36,2%, para os 104 milhões de euros (EPS de 0,17 euros por acção). Excluindo outras perdas e ganhos (não usuais), o EPS reduziu-se em 28,1%. O cash flow de -118 milhões de euros – que compara com os 152 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2019 –, foi “influenciado principalmente por um efeito de calendário”, refere a JM. A dívida líquida ascendeu a 2.150 milhões de euros, o que, excluindo as responsabilidades com locações operacionais capitalizadas, levou o Grupo JM a fechar junho com uma posição líquida de caixa de cerca de 100 milhões de euros.

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