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João Cotrim Figueiredo: “Qualquer limitação da liberdade individual deve ser muito bem fundamentada”

Presidente da Iniciativa Liberal, recebido em audiência por Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o Orçamento Suplementar é um documento “sem qualquer visão ou estratégia, como já não tinha o Programa de Estabilização”. E condicionou a retoma da atividade económica a uma maior clareza nos dados sobre a pandemia.
  • Iniciativa Liberal recebida no Palácio de Belém
    João Cotrim Figueiredo foi recebido em audiência por Marcelo Rebelo de Sousa
22 Junho 2020, 14h05

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, disse à saída de uma audiência com o Presidente da República sobre o Orçamento Suplementar e a evolução da pandemia de Covid-19 que o seu partido não apoiará legislação para restringir a existência de festas que estarão a contribuir para o aumento do número de casos, incluindo a proibição temporária da venda de bebidas alcoólicas. “Qualquer limitação da liberdade individual deve ser muito bem ponderada”, disse o líder partidário.

Tendo em conta a “defesa indefetível da liberdade individual” e referindo-se ao elevado número de jovens entre os apoiantes da IL, João Cotrim Figueiredo recusou apoiar qualquer proibição, prometendo que uma iniciativa nesse sentido o terá como “o partido mais resistente” na Assembleia da República, até porque recusa que isso possa passar por uma resolução do Conselho de Ministros ou um ofício de um membro do Executivo.

O presidente da IL realçou ainda que, sendo ainda mais grave do que a crise de saúde pública uma “crise económica e social profunda que dure anos e atrase Portugal irremediavelmente”, é preciso que a diretora-geral de Saúde, a ministra da Saúde, o primeiro-ministro e o Presidente da República tenham uma comunicação coerente para que os portugueses possam “aceitar regras simples, claras e duráveis que melhor os protegem”. E acrescentou que espera ouvir dados claros na apresentação da situação epidémica da Covid-19 em Portugal, que terá lugar no Infarmed nesta quarta-feira.

Quanto ao Orçamento Suplementar, Cotrim Figueiredo fez críticas ao que considera um documento “sem qualquer visão ou estratégia, como já não tinha o Programa de Estabilização”, que em sua opinião remete a recuperação para o Orçamento do Estado para 2021. “Parece que está tudo à espera do dinheiro que Bruxelas irá enviar e dos critérios de recuperação que irá definir”, disse.

“A economia que vai existir após desta crise será uma economia que vai exigir muito maior agilidade, dinamismo e capacidade de arriscar, sob pena de Portugal começar atrasado, uma vez mais”, contrapôs o presidente da IL

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