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João Lourenço: “Não posso dar nota 10 à relação com Portugal. O objetivo é atingir a excelência”

João Lourenço termina a visita oficial a Portugal este sábado. Em conferência de imprensa, disse que os dois países “vão olhar para o presente e para o futuro”. “Daí termos a obrigação, sobretudo enquanto políticos, de continuar a trabalhar no sentido de atingirmos a tal nota 10”, explicou. Durante o seu discurso, o Presidente de Angola foi interrompido pela interpelação da filha de uma das vítimas do 27 de maio de 1977.
  • José Sena Goulão / EPA
24 Novembro 2018, 12h17

O Presidente de Angola dá nota positiva à relação com Portugal, mas não atribui pontuação máxima ao relacionamento entre o país europeu e o africano. Numa escala de zero a 10, o chefe de Estado angolano disse que não pode dar nota 10 porque a meta é a de chegar à “excelência”.

“Vamos olhar para o presente e para o futuro. Numa contagem de zero a 10 não posso dar nota 10 porque o objetivo é chegarmos ao 10, atingirmos a excelência nas nossas relações”, afirmou João Lourenço, em conferência de imprensa ao final desta manhã, em Lisboa. Segundo o governante, as relações entre Angola e Portugal “não são excelente mas são muito boas”. “Daí termos a obrigação, sobretudo enquanto políticos, de continuar a trabalhar no sentido de atingirmos a tal nota 10”, explicou, em declarações aos jornalistas.

José Sena Goulão / EPA

 

 

 

 

 

 

 

João Lourenço termina a visita oficial a Portugal este sábado, 24 de novembro. Naquele que é o seu último discurso depois de três dias entre as cidades de Lisboa e Porto, o Presidente de Angola foi interrompido pela interpelação de Ulika dos Santos, filha de uma das vítimas do 27 de maio de 1977. Para a jovem, que diz ter fugido do país “por risco de morte”, passaram “41 anos de um silêncio ensurdecedor”.

“O que mais conta para mim é ser angolana”, respondeu João Lourenço. O presidente lembrou que essa data pertence a um “dossiê delicado”.  Em nome do seu Adelino António Ribeiro dos Santos, dirigente do MPLA, e da sua mãe, Humbelina dos Santos, Ulika quis, durante o encontro de imprensa, ler um poema que o pai escreveu enquanto esteve preso pela PIDE.

“Angola perdeu alguns dos seus melhores filhos”, lembrou João Lourenço. O número um do Estado angolano frisou também que já foram reconhecidos os retrocessos do governo da altura, em diversas ocasiões, “algumas das quais muito recentemente, na voz do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos”, e tornada pública a intenção de “diálogo”, “não obstante terem passado décadas destes tristes acontecimentos”, bem como de sarar “as feridas que ficaram nos corações de muitas famílias”.

Notícia atualizada às 12h39

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