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João Rendeiro: de “fazedor de dinheiro” à condenação

Foi o melhor aluno do curso, fundou o BPP e chegou a ser apelidado pelos amigos de “make money man” (fazedor de dinheiro).
15 Outubro 2018, 17h31

Filho de um casal proprietário de uma sapataria em Campo de Ourique fez a escola primária nos Salesianos e depois no liceu Pedro Nunes e no D. João de Castro. Ao mesmo tempo começou a praticar basquetebol na equipa de juvenis no Algés e Dafundo, onde se tornou capitão de equipa. Arranjou o primeiro emprego quando andava no sétimo ano do liceu a fazer inquéritos de rua para uma empresa de estudos de mercado.

Terminado o liceu optou pelo curso de Economia. Entrou no ISEG e continuou a procurar emprego. Mais tarde, viria a trabalhar no Sindicato dos Metalúrgicos em ‘part time’. Terminou o curso, em 1976. Foi o melhor aluno e isso trouxe-lhe vantagens. Foi recrutado para o gabinete de estudos e planeamento do Ministério da Indústria, iniciando assim o vínculo à função pública – e duplicou o salário.

No ano seguinte, em 1977, viajou até Inglaterra para fazer o doutoramento, com uma bolsa do British Council. Terminou a tese três anos e meio depois. Em 1984, começou a trabalhar na consultora McKinsey, que abriu um escritório na rua do Alecrim, em Lisboa. Aí, João Rendeiro fez trabalhos na área da banca, dos seguros e do petróleo. Também tinha a seu cargo a prospeção de clientes para a consultora.

Ao fim de ano e meio, demitiu-se da McKinsey. Rendeiro queria ser empresário. Em 1986 fundou a DECA- Decisões Estratégicas Consultores Associados – com mais dois parceiros. Mais tarde, nasceria a Gestifundo e, no ano seguinte, lançou o primeiro fundo de mobiliário misto (Unifundo). A rentabilidade tornou a Gestifundo uma das gestoras com mais dinheiro para investir. No início dos ano 90 vendeu a Gestifundo ao Totta, garantindo a independência financeira, ainda antes de fazer 40 anos.

A fundação do BPP seria o passo seguinte. Em 2006, a instituição financeira comemoraria dez anos e o fundador brindou com um Vintage do ano da fundação. A queda estaria para breve quando o Banco de Portugal lhe recusou um empréstimo de 750 milhões de euros. Apesar de ter dito várias vezes que a palavra desistir não consta do seu dicionário, Rendeiro tem dias difíceis pela frente.

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