Está intimamente ligado às startups e às tecnológicas, primeiro no setor privado, depois no Governo e agora de novo no privado. Como é que vê a Web Summit deste ano comparada com a edição do ano passado?
O evento é um bocadinho maior, mas acaba por ser um bocado o mesmo. O que noto em termos da maior diferença é que há muitos mais portugueses a participar. Portugal entendeu o que era a Web Summit, os empresários portugueses, os políticos portugueses, os investidores portugueses perceberam o que era isto e prepararam-se muito melhor este ano.
Vi isso ontem nos vários eventos onde estive, principalmente na Venture Summit, que é o evento dos investidores, muito mais portugueses. As startups portuguesas estão muito melhores, estão mais adultas, mais maduras, os investidores também e o retorno para Portugal será muito maior nesta edição do que na do ano passado porque Portugal preparou-se melhor.
Na Opening Night do evento, o primeiro ministro mostrou-se satisfeito com a força e o dinamismo do ecosistema das startups em Portugal. Partilha esse entusiasmo?
Sim, claro. O que tem acontecido com a Feedzai, com a Talkdesk, com a Uniplaces, com a Codacy prova que tem havido uma geração. Não é um caso ou outro, é uma geração com muito mais ambição, porque fazem produtos globais para o mundo todo logo desde o início da empresa. Tem a ver com a geração, é a mais qualificada de sempre, é a primeira da sociedade de informação e quando passam a ser empreendedores, a criar um produto, é óbvio que têm o mundo como mercado. Eu acho que Portugal está agora a contactar com isso.
Em termos de atração de investimento para Portugal, que vantagens é que temos e o que é temos de fazer mais?
Temos de continuar a ser o que somos. Se nós continuarmos a ser o que somos, vamos continuar a atrair investimento bom e qualificado. E o que é que isso quer dizer? É recebermos bem pessoas de qualquer cultura ou religião, é sermos bons com línguas, é continuarmos a ser um país pacífico, é continuarmos esta certa honra e humildade que nos caracteriza no mundo todo. Se continuarmos a ser o que somos, os últimos investimentos que recebemos como a Mercedes, a Uber, a Zalando ou a Bose, esse caminho vai continuar.
Está na Clearwater International há pouco tempo. Pode nos explicar a principal atividade da empresa?
A Clearwater é uma empresa que está em oito países, faz fusões e aquisições, está focada no middle market, está focada na indústria. É provavelmente a empresa mais especializada na Europa a fazer fusões, compras, vendas de PMEs nomeadamente empresas industriais.
E qual é o seu papel dentro da empresa?
É trabalhar [risos]. É aceder à rede de empresários que eu já tinha até antes de ir para o Governo e depois com o Governo, passo o dia com empresários, passo o dia com industriais. São empresas que querem expandir, que querem comprar, vender participações, financiar-se capitalizar as suas empresas. Esse é o meu papel, e a única diferença é que no fim não tenho de fazer discursos.
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