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Jogos da última jornada da I Liga já não vão ter público nas bancadas (com áudio)

O Governo e as autoridades de saúde tinham autorizado a presença dos adeptos dos clubes visitados nos jogos da última jornada do campeonato nacional, com um limite de 10% da lotação dos estádios. Mas a Liga decidiu não permitir público nas bancadas por uma questão de equidade.
  • Reuters / Matthew Childs
17 Maio 2021, 12h04

Ao contrário do que estava previsto os jogos da 34.ª e última jornada da Liga NOS, vulgo I Liga, já não vão decorrer com a presença dos adeptos nas bancadas dos estádios, anunciou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) esta segunda-feira.

“A direção da Liga Portugal reuniu-se na manhã desta segunda-feira, num encontro de caráter extraordinário – depois de o ter feito de forma ordinária na passada sexta-feira -, tendo ficado decidido que a última jornada da Liga NOS não terá público em testes-piloto, como chegou a ser uma possibilidade”, lê-se no comunicado do organismo liderado por Pedro Proença.

Inicialmente, o Governo e as autoridades de saúde decidiram permitir que os jogos da última jornada da Liga NOS iriam ter público nas bancadas, com limite de 10% da lotação dos estádios. Contudo, por iniciativa própria da LPFP, os jogos vão continuar a ser à porta fechada. Acresce que o plano inicial admitia apenas a presença dos adeptos dos clubes visitados nas bancadas, com a condição de apresentarem um resultado negativo de um teste rápido à Covid-19, à entrada do estádio.

Ora, perante as condições do Governo, a LPFP entendeu que não estão reunidas “condições de equidade” para a presença de público nos jogos das última jornada, “quando na jornada 34 existem equipas que, desportivamente, têm o futuro ainda por decidir”.

“Circunscrever a presença de adeptos aos visitados, não é concebível arriscaria constituir uma entorse à igualdade de oportunidades competitiva, em favor de metade das em contenda e em prejuízo das demais”, lê-se.

A Liga acredita que para todos os clubes estarem em igualdade de circunstâncias quanto à equidade competitiva, tendo em conta que o momento final da competição assume “redobrada importância”, impunha-se “a realização de duas  jornadas com a presença de público, “com todas as condições de segurança e em número equilibrado, como os nossos estádios conseguem assegurar”. Mas esse não foi o cenário admitido pelo Governo.

O organismo liderado por Pedro Proença explicou que, a 11 de maio, o Governo solicitara à LPFP que se articulasse com a Direção-Geral de Saúde (DGS) para a “definição das condições para a realização de testes-piloto de admissão de público aos estádios para assistir à derradeira jornada da Liga NOS”. E assim a Liga o fez, pedindo no mesmo dia um parecer à DGS. Contudo

Dois dias depois, observada a necessidade pela Liga de se permitir a presença de público respeitando a equidade desportiva, o organismo pediu um novo parecer à DGS não para a presença de público numa só jornada, mas sim para as duas últimas rondas da Liga NOS.

Ora, a 14 de maio, após reunião do Conselho de Ministros, o Governo confirmou que apenas seria dada autorização para que os jogos da última jornada da Liga NOS fossem palco de novos testes-piloto com a presença de público. Contudo, na resolução de Conselho de Ministros, que estabelece as regras do atual estado de calamidade até 30 de maio, a LPFP verificou que não contém a referida autorização.

“Pelo contrário, o texto do diploma inculca que é permitida, desde que no cumprimento dos orientações específicas da DGS: A prática de todas as atividades de treino e competitivos profissionais e equiparados, desde que sem público”, queixou-se a LPFP.

Além disso, “até ao presente momento, a DGS não remeteu o parecer solicitado” pela Liga.

Os jogos da 34ª e última jornada da Liga NOS terão lugar na terça-feira (18 de maio) e quarta-feira (19 de maio) desta semana. “Ainda que a tutela e a DGS formalizem a autorização que se solicitou há uma semana, o prazo de 48 ou menos horas para ajustar a organização dos jogos às regras, que ainda se desconhecem, não é consentâneo com a exigência operacional que o futebol profissional se impõe e de si próprio exige”, reclamou o organismo que controla os dois principais escalões do futebol nacional.

Por isso, a direção da Liga Portugal considerou “não estarem reunidas as condições de segurança, deeconomia equidade e logísticas para a realização de testes-piloto com público na última jornada da Liga NOS”.

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