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“Jornal de Angola” destaca investigação judicial portuguesa a Isabel dos Santos

O principal jornal angolano dá destaque na edição de esta segunda-feira, 27 de julho, à investigação que as autoridades judiciais portuguesas estão a efetuar ao universo das sociedades da empresárias Isabel dos Santos.
27 Julho 2020, 11h59

As “autoridades judiciais portuguesas estão no rasto do circuito de offshores e ‘testas de ferro’ da empresária angolana Isabel dos Santos, que terão levado 573 milhões de euros da Unitel para Portugal”, informa a edição desta segunda-feira, 27 de julho, do “Jornal de Angola”, num trabalho assinado pelo jornalista Santos Vilola, que cruza informação de uma investigação efetuada pela revista Sábado, segundo a qual  o banco BPI reportou “várias operações da empresária angolano-russa”, sobre um esquema de transferências financeiras, bem como as buscas que diz terem sido efetuadas na Zona Franca da Madeira, nos offshores do Dubai e no Luxemburgo e a outros negócios que envolveram grandes empresas portuguesas que estão a ser investigadas pelas autoridades  judiciais portuguesas.

O “Jornal de Angola” refere neste texto que a empresária Isabel dos Santos terá aproveitado o seu controlo de facto sobre a sociedade Unitel SARL – “cujas ações estão arrestadas desde dezembro último, pelo Tribunal Provincial de Luanda, a pedido do Ministério Público, por conta de uma dívida de 5,5 mil milhões de dólares ao Estado Angolano”, refere o diário.

Adianta ainda o mesmo jornal que “esta posição na Unitel terá sido aproveitada por Isabel dos Santos para transferir da mesma, sem justificativos, fundos para as contas da Vidatel Ltd em Portugal, de onde, depois, foram feitos circular por contas das entidades Unitel Internacional Holding BV, Athol Limited e Silaba Real Estate Limited [uma offshore da ilha de Man, no Reino Unido], além das contas particulares da mesma Isabel dos Santos junto do BPI e do Eurobic”.

Essas transferências podem ter servido para Isabel dos Santos “concretizar negócios privados, empresariais e pessoais, em diversos países”, refere o “Jornal de Angola”, referindo igualmente que “a investigação do Ministério Público português está centrada nas movimentações de muitos milhões de euros que se verificaram até fevereiro de 2018, com dispersões de dinheiros por entidades alegadamente controladas por Isabel dos Santos, como a Kento Holding, com sede em Malta, que detém 17,35% da NOS, Unitel International, com 32,65% da NOS, a Athol Limited, registada em Malta, a Fidequity, a Santoro, principal acionista do Eurobic, e a Niara Holding, da Zona Franca da Madeira”.

O jornal angolano refere que a investigação em curso revelou que o BPI tinha nos arquivos mais um dado que transmitiu ao Ministério Público: “a Vidatel apresentou-se no BPI, até setembro de 2008, identificando como diretora a cidadã russa Tatiana Regan, tendo esta mandatado a filha Isabel dos Santos, para poder movimentar as contas da empresa”.

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