Josep Borrel manteve encontro com ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão

O chefe da política externa da União Europeia, o espanhol Josep Borrell, manteve um encontrou com o novo ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, à margem da 76ª Assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque até à próxima segunda-feira.

Em comunicado oficial, a Comissão Europeia adianta que o encontro foi agendado na ausência de uma reunião ministerial das partes envolvidas no Acordo Nuclear de 2015, que está a ser alvo de negociações intermitentes em Viena, capital da Áustria, na tentativa da sua repescagem do limbo em que caiu.

“O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano garantiu a disposição de retomar as negociações o quanto antes”, dizia o comunicado. “O Alto Representante Josep Borrell sublinhou mais uma vez a grande importância de uma retoma rápida das conversações de Viena”. Recorde-se que o conjunto da União Europeia não é um dos signatários do acordo.

Depois de terem começado de forma razoavelmente auspiciosa – com todas as partes a assumirem que queriam ‘ressuscitar’ o acordo – as negociações começaram a entrar numa fase descendente, com diversos problemas a serem atirados para cima da mesa.

Mais tarde, e face ao calendário eleitoral iraniano, as negociações pararam mesmo, à espera que um novo governo saísse das urnas. Os países signatários sabiam apenas que o novo governo não seria liderado por Hassan Rouhani, o líder moderado que tomou parte nas negociações de 2015.

A vitória de um radical, Ebrahim Raisi, ensombrou as negociações, mas na sua primeira intervenção pública depois de assumir a presidência, o novo líder iraniano assumiu estar interessado em manter vivo o Acordo. Mas com uma condição p´revia – que não fazia parte do início das negociações: o levantamento das sanções internacionais que, a partir de 2018, foram impostas pelo governo norte-americano na altura liderado pelo republicano Donald Trump.

Mas o atual Presidente, o democrata Joe Biden, não parece estar inclinado para fazer a vontade ao regime de Teerão e desde essa altura as negociações de Viena começaram a ser cada vez mais inconclusivas.