O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse esta quarta-feira que a flexibilidade da Comissão Europeia ao não impôr sanções há três anos foi essencial para a recuperação da economia portuguesa e espanhola.
“Se há três anos tivéssemos sido rígidos na nossa abordagem das regras orçamentais e aplicado sanções económicas prematuramente, estes países não teriam tido um crescimento robusto e tido sido capazes de corrigir as finanças públicas”, referiu Juncker no último dia da 6ª edição do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra.
Juncker reconheceu, no entanto, o mérito das políticas adoptadas pelos governos de Portugal e Espanha. “O crédito também vai para os governos destes países que escolheram um caminho credível e colaborativo em benefício dos seus cidadãos”, acrescentou.
Portugal saiu em junho de 2017 do Défice por Procedimento Excessivo, ao fim de oito anos, e após ter reduzido o défice para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, abaixo da meta dos 3% inscrita no Programa de Estabilidade e Crescimento e ganhando maior flexibilidade na contabilização de algumas despesas públicas no défice e credibilidade nos mercados. Já Bruxelas tirou Espanha do “braço corretivo” em junho deste nao.
No entanto, foi o impacto da flexibilidade das políticas orçamentais na zona euro que o presidente da instituição vincou, apesar de reconhecer ter “recebido críticas de ambos os lados do espectro”.
“Nos últimos quatro anos, esta abordagem flexível permitiu impulsionar a economia europeia em 0,8%”, acrescentou.
O discurso do luxemburguês ocorre na véspera da Cimeira do Conselho Europeu, presidido por Donald Tusk, e que deverá tomar uma decisão final sobre quem lhe irá suceder.
(Atualizado às 11h10)
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