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Ex-procurador acusado de corrupção aponta o dedo a Carlos Silva e Proença de Carvalho

A PGR confirma que está a investigar as declarações do ex-procurador Orlando Figueira, que é acusado de corrupção. Proença de Carvalho vai apresenta queixa crime contra o ex-procurador, por difamação.
  • Cristina Bernardo
7 Dezembro 2017, 09h59

A justiça está a investigar a veracidade das declarações do ex-procurador Orlando Figueira sobre o gestor angolano Carlos Silva e o seu advogado Daniel Proença de Carvalho. Orlando Figueira alega, agindo em nome de Carlos Silva, o advogado lhe terá prometido emprego e o pagamento das despesas com a sua defesa, caso o procurador se mantivesse em sigilo determinadas matérias, avança o jornal ‘Correio da Manhã’.

Questionado sobre o caso pelo jornal, Daniel Proença de Carvalho afirmou que desconhece o requerimento. “Irei agora pedir para ter acesso ao mesmo e procederei à instauração de um procedimento criminal contra Orlando Figueira”, afirma ao ‘CM’.

“Chegou a altura de dizer basta e de contar toda a verdade!!!”, escreveu Orlando Figueira num requerimento enviado ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Ao longo de 44 páginas, o ex-procurador alega que lhe terão pedido para que permanecesse calado em relação ao envolvimento de Carlos Silva, vice-presidente do BCP, na sua contratação para Angola e da “existência da conta de Andorra”.

Orlando Figueira indica que a conta em Andorra, território offshore, terá servido para o pagamento do seu silêncio. Incluindo pra pagar ao advogado Paulo Sá e Cunha para que o defender no âmbito do processo Fizz, onde estava indiciado pela prática de corrupção e fraude fiscal. Além disso, Carlos Silva terá-lhe-á prometido “um emprego futuro” para que o caso permanecesse em segredo.

O ‘CM’ indica que, quando Orlando Figueira começou a ser investigado no âmbito da Operação Fizz, por ter recebido mais de 73 mil euros do antigo vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, falou de imediato com Daniel Proença de Carvalho, que lhe terá piscado o olho e assegurado que resolveria tudo. Agora, nota o ‘CM’, Orlando Figueira quebra o silêncio por sentir que foi “enganado” e “estar na miséria”.

Ao ‘CM’, a Procuradoria-Geral da República (PGR) garante que se “encontra a recolher e a analisar elementos, com vista a decidir quais os procedimentos a desencadear”.

 

 

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