No terceiro trimestre de 2024, a Kaspersky reportou um aumento quatro vezes maior no número de utilizadores que se depararam com aplicações falsas que se apresentam como VPNs gratuitas, em comparação com o trimestre anterior. Essas aplicações, que continham malware, representaram um risco significativo, pois poderiam ser utilizadas por cibercriminosos para comprometer a segurança dos dispositivos.
As VPNs (Redes Privadas Virtuais) são amplamente utilizadas para oferecer segurança e privacidade ao ocultar o endereço IP dos utilizadores. Além disso, permitem que os utilizadores “mudem” de localização, acedendo a conteúdos com restrições geográficas em serviços de streaming. Contudo, serviços de VPN gratuitos frequentemente trazem desvantagens, tornando os utilizadores vulneráveis a ataques cibernéticos.
Em maio de 2024, as autoridades desmantelaram uma botnet conhecida como 911 S5, que utilizava várias VPNs gratuitas, como MaskVPN e DewVPN. Os utilizadores que instalaram estas aplicações viram seus dispositivos transformados em servidores proxy, canalizando o tráfego de terceiros. Essa rede maliciosa abrangeu 19 milhões de endereços IP únicos em mais de 190 países, tornando-se uma das maiores redes de bots já registadas. Os administradores da botnet vendiam acesso a esses servidores proxy para cibercriminosos, facilitando ciberataques, lavagem de dinheiro e fraudes em massa.
Vasily Kolesnikov, especialista em Segurança da Kaspersky, refere que “há uma procura crescente de aplicações VPN em todas as plataformas, e os utilizadores frequentemente acreditam que aplicações encontradas em lojas oficiais são seguras, especialmente se forem gratuitas”.
No entanto, esse é um caminho que pode conter várias armadilhas, “como demonstram os casos recentes e o aumento de encontros com aplicações VPN maliciosas. Para se manterem seguros, os utilizadores devem ter cuidado com estas ameaças e optar por soluções de segurança e serviços VPN confiáveis”, aconselha Vasily Kolesnikov.
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