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Laços de Portugal com Índia “valem mais” atualmente, frisa Santos Silva

O ministro explicou, numa entrevista à TSF, que foi pensando nisso que Portugal colocou a retoma das negociações com a Índia, suspensas desde 2013, nas prioridades da presidência do Conselho da UE que assume até 30 de junho.
  • Augusto Santos Silva
8 Maio 2021, 13h44

Os “laços históricos” de Portugal com a Índia “valem mais” dentro de uma União Europeia (UE) a 27, sem o Reino Unido, reconheceu hoje o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O ministro explicou, numa entrevista à TSF, que foi pensando nisso que Portugal colocou a retoma das negociações com a Índia, suspensas desde 2013, nas prioridades da presidência do Conselho da UE que assume até 30 de junho.

Portugal – como a cidade do Porto o comprova, disse – é “um bom engenheiro de pontes” e é isso que quer construir com a Índia, país com leis e instituições que facilitam o diálogo, se comparado, por exemplo, com a China.

Hoje, os líderes dos 27 Estados-membros vão reunir-se com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que marcará presença por via remota devido ao agravamento da situação pandémica no seu país.

Mas a ausência física de Modi não terá impacto na reunião de líderes UE-Índia, que “vai produzir resultados”, assegurou Augusto Santos Silva.

“A declaração política está praticamente negociada” e passa por “aumentar o diálogo político regular” entre “as duas maiores democracias do mundo” e “avançar em domínios concretos de cooperação”, nomeadamente através de uma parceria para a conectividade (infraestruturas de transportes, energia, comunicação, mobilidade).

Simultaneamente, serão retomadas as negociações com vista a um acordo de comércio entre a UE e a Índia “o mais abrangente e denso possível”, acrescentou, adiantando que os chefes das diplomacias europeias “mandataram” o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, “para apresentar a primeira estratégia da UE para o Indo-Pacífico até setembro”.

Santos Silva garantiu ainda que os direitos humanos integram as conversações com a Índia, mencionando uma reunião realizada no primeiro trimestre deste ano “especificamente dedicada” ao assunto.

Rejeitando “lições de moral”, o ministro realçou que a Índia “tem problemas” de direitos humanos “como a UE também tem”.

Portanto, insistiu, “a preocupação” dos líderes europeus com as violações de direitos humanos na Índia “é a mesma que se tem com as violações de direitos humanos dentro da União Europeia” – onde, “infelizmente”, nem todos os Estados-membros respeitam o compromisso comum.

A reunião de líderes UE-Índia, que hoje se realiza no Porto, visa relançar as negociações sobre comércio e investimento e reforçar a cooperação noutras áreas, nomeadamente na tecnologia e na saúde.

O encontro junta os líderes dos 27 Estados-membros e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que acabou por cancelar a viagem a Portugal devido à situação pandémica na Índia e participa por vídeoconferência.

A UE é o maior parceiro comercial da Índia e o segundo maior destino das exportações indianas.

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