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Lagarde defende continuação de programas de apoio ao emprego e políticas expansionistas

Presidente do Banco Central Europeu alerta para a necessidade dos países continuarem a manter os programas de apoio ao emprego, a fim de evitar um aumento do desemprego no final do ano. Sublinha ainda que as políticas orçamentais expansionistas permitem diminuir o impacto da perda de rendimento das famílias.
13 Setembro 2020, 16h02

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu a necessidade dos governos da zona euro manterem os programas de apoio ao emprego implementados durante a pandemia, como o lay-off, para evitar um pico de desemprego no final do ano.

“Embora os vários programas de retenção de empregos introduzidos pelos governos até agora tenham sido eficazes em amortecer a queda de rendimentos e em evitar um declínio mais abrupto no emprego, e o número de pessoas inscritas nesses programas está a cair conforme a atividade melhora, manter os programas de apoio ao emprego em vigor é fundamental para evitar um aumento acentuado do desemprego no final do ano”, disse Lagarde este domingo, durante um discurso em Frankfurt na reunião anual do Conselho de Governadores dos bancos centrais árabes e autoridades monetárias.

A presidente do BCE sublinhou que “a continuação das políticas orçamentais expansionistas é vital para evitar a perda excessiva de empregos e apoiar os rendimentos das famílias até que a recuperação económica seja mais robusta”, acrescentando que “atualmente, a confiança do setor privado depende em grande medida da confiança nas políticas orçamentais”.

“No futuro, é claro que uma combinação de políticas macroeconômicas é crucial para a recuperação: perante riscos descendentes e incertezas sem precedentes, as políticas monetária, orçamental e estrutural precisam de trabalhar em conjunto para maximizar o impacto da nossa resposta política – tanto globalmente, como na zona euro”, vincou.

Frisou ainda a importância das políticas estruturais, não apenas para aumentar o potencial de crescimento, mas “também para garantir que as mudanças estruturais sejam inclusivas e responsam aos desafios em curso relacionados com as alterações climáticas”.

Para a francesa a recuperação da economia mundial “foi substancial, mas continua desigual, incerta e incompleta”, considerando que a “irregularidade da recuperação reflete em parte o momento em que pandemia de espalhou pelo mundo e as medidas que foram postas em prática para contê-la”, exemplificando que a contração da economia na China ocorreu principalmente no primeiro trimestre, tendo recuperado no segundo trimestre, exatamente quando as outras economias entravam em desaceleração.

Ainda assim, assinalou que essa recuperação é diferenciada consoante os setores. “A produção industrial na China em julho cresceu 4,4% face ao ano anterior, mas as vendas a retalho caíram”, explicou. “Esta divergência entre setores também resulta num impacto desigual nos países, que vai além do impacto directo da pandemia”, realçou.

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