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Lagarde sobre o novo ritmo de compras: “Não estamos limitados por um número específico”

O BCE comprometeu-se a acelerar de forma significativa o ritmo de compra de ativos para limitar a subida das yields. Em conferência de imprensa, a presidente da instituição sublinhou que a flexibilidade da ‘bazuca’ isenta, no entanto, o BCE de ter de se vincular a um número específico.
11 Março 2021, 14h52

O Banco Central Europeu (BCE) vai usar a flexibilidade inerente no programa de compra de ativos de emergência pandémica (PEPP) para acelerar de forma significativa o ritmo de aquisições e manter condições de financiamento favoráveis, e por isso não está “limitado” a um valor específico nesse processo, afirmou esta quinta-feira a presidente da instituição monetária da zona euro, Christine Lagarde.

“Temos flexibilidade e fizemos um compromisso em dezembro de que manteríamos as condições de financiamento favoráveis”, disse Lagarde, na conferência de imprensa depois da reunião do Conselho de Governadores.

O BCE decidiu, com base numa avaliação conjunta das condições de financiamento e das perspetivas de inflação,  que as compras no âmbito do PEPP ao longo do próximo trimestre sejam conduzidas a um ritmo significativamente mais elevado do que nos primeiros meses deste ano.

Questionada sobre se o BCE poderia ter tomada a decisão mais cedo, a francesa respondeu: “Esta é uma decisão claramente monetária e, portanto, requer o envolvimento do Conselho de Governadores e dado que estávamos a poucos dias da reunião de política monetária e das projeções fornecidas pelo staff, foi melhor fazer a avaliação conjunta para determinar que tipo de aumento seria necessário para responder ao compromisso que assumimos”.

A segunda parte da pergunta centrou-se sobre se o aumento significativa poderia representar compras de ativo de 25 ou 30 mil milhões de euros por semana, face ao atual ritmo de menos de 60 mil milhões por mês. Até ao final de fevereiro, o BCE comprou 870.126 milhões de euros no âmbito total do PEPP, que tem um ‘envelope’ total de 1,85 biliões de euros e um prazo até final de março de 2022.

“Tenho em mente um número específico para explicar ‘significativamente’? A resposta é não, e por um motivo muito específico. Queremos cumprir o nosso compromisso de preservar condições de financiamento favoráveis. Número dois, temos total flexibilidade no PEPP, que é a base do PEPP”, referiu.

“Mas para realmente avaliar o financiamento favorável em relação às perspetivas de inflação, não estamos vinculados a nenhum número específico”, disse, sublinhando ainda que a decisão foi tomada com “consenso total” no Conselho de Governadores.

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