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Leilão de Porsche nazi fecha em 7 minutos. Erro da Sotheby’s leva a que Type 64 não seja vendido

A licitação deveria ter sido iniciada nos 13 milhões de dólares, mas holandês enganou-se e começou nos 30 milhões de dólares. Atingiu os 70 milhões mas ninguém o quis. Veja o erro que não levou à venda do primeiro apelidado Porsche.
  • Sotheby’s
20 Agosto 2019, 16h28

Considerado o Santo Graal da Porsche, a primeira criação de Ferdinand Porsche, enquanto marca pessoal, foi a leilão este domingo, 18 de agosto. O Porsche Type 64 de 1939 foi leiloado pela RM Sotheby’s mas ao fim de sete minutos o leilão foi anulado entre os risos de quem estava presente, noticia “Bloomberg”.

A Sotheby’s estimava que o Porsche Type 64, conduzido pessoalmente por Ferdinand Porsche e pelo seu filho, poderia render 20 milhões de dólares (18 milhões de euros). O veículo aerodinâmico esteve presente no próprio leilão e viu a licitação começar nos 30 milhões de dólares (27 milhões de euros), para surpresa dos presentes que queriam arrecadar o automóvel construído na época nazi, por menos do que se estimava.

O leiloeiro holandês foi recebendo as licitações e o valor do veículo chegou aos 70 milhões de dólares (63,2 milhões de euros), 20 milhões de dólares acima do valor por que o automóvel mais caro do mundo foi vendido. No entanto, a administração da Sotheby’s garante que o leiloeiro percebeu mal o valor licitado, tratando-se então de 17 milhões de dólares (15,35 milhões de euros).

Após se aperceberem do erro e da indignação que se instalou na sala, a leiloeira trocou o valor afixado no quadro interativo. De 70 milhões de dólares, o valor passou então para os corretos 17 milhões de dólares oferecidos pelo licitador, mas o carro foi retirado do leilão sem nenhum vencedor.

“Que piada”, afirmou Johnny Shaughnessy, colecionador do sul da Califórnia, que se encontrava na sala quando a confusão se instalou. “Eles perderam muita credibilidade. O meu pai podia ter comprado este carro por cinco milhões de dólares há uns anos. O carro foi passando de mãos e agora ninguém o quer”, sustentou o colecionador.

“Como as licitações foram abertas no Tipo 64, os valores foram exibidos incorretamente no ecrã, causando uma confusão infeliz na sala”, anunciou a empresa num comunicado oficial. “Este foi o resultado de um erro totalmente inadvertido e não intencional.” A empresa garantiu ainda que se tratou de um “mal-entendido infeliz amplificado pela excitação na sala”.

Vários colecionadores presentes na sala concluíram que se tratou de uma fraude e que “eles apenas cortaram a sua própria garganta”. “Funcionou para o Banksy, não funcionou para a RM Sotheby’s”, referindo-se à venda da Sotheby’s em 2018, em que Banksy auto-destruiu uma peça de arte após a venda, utilizando o som do martelo.

Enquanto não vai a leilão, o automóvel do tempo nazi continua classificado como “ainda para venda” no catálogo da leiloeira, embora os especialistas prevejam que a sua venda seja difícil após este episódio.

Este veículo não foi classificado como um verdadeiro Porsche, uma vez que foi criado antes da Porsche AG nascer, em 1948. Criado com componentes da Fiat, Volkswagen e outros nove fabricantes, a sua veracidade continua por apurar, ainda que o próprio o tenha fabricado e adicionado o nome uma década após a criação.

Ainda assim, o Type 64 não foi o único fracasso no leilão. As vendas caíram 25%, cerca de 50 milhões de dólares (45,14 milhões de euros), em comparação com o ano passado, revelou a Hagerty, especializada em automóvel. Sabe-se que o preço médio das vendas totais apresentaram uma quebra de 75 mil dólares (67 mil euros) em relação a 2018.

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