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Lições a tirar do lar de Reguengos? Estar “atento ao mínimo sinal de alerta”, diz DGS

Em audição no Parlamento, a diretora-geral da Saúde alertou que a rapidez na resposta é fundamental para travar os contágios da Covid-19 e elogiou a equipa do lar de Reguengos de Monsaraz pela “política de testes inteligente”.
  • Graça Freitas, diretora-geral da DGS
30 Setembro 2020, 11h50

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu esta quarta-feira que uma das lições a tirar do surto em Reguengos de Monsaraz, que vitimou 18 idosos de um lar, é estar “atento ao mínimo sinal de alerta”. Em audição no Parlamento, Graça Freitas alertou que a rapidez na resposta é fundamental para travar os contágios e elogiou a equipa do lar de Reguengos de Monsaraz pela “política de testes inteligente”.

“Uma das lições aprendidas [com o caso de Reguengos de Monsaraz] é a de estar atento ao mínimo sinal de alerta. Se existe ou não um caso suspeito e esse sinal deve ser de imediato comunicado. Essa é a primeira lição a reter: ter rapidez. A rapidez da intervenção é fundamental. Quer para quem dá o alerta, quer para quem tem de intervir”, afirmou Graça Freitas, em audição na Comissão da Saúde, no Parlamento.

Graça Freitas garantiu que, com os vários surtos que, desde o início da pandemia, têm sido registados em lares, “houve uma sucessão de acontecimentos, com os quais podemos aprender”. “Todos sabemos que esta doença é diferente das outras doenças respiratórias. Ela tem um período surdo, em que é silenciosa”, frisou, salientando que é possível alguém que esteja assintomático transmitir a doença sem se aperceber.

“Se houver um período grande entre a incubação de várias situações e o primeiro caso, obviamente que os casos que nós não sabemos que existem podem estar a fazer parte do sistema de transmissão”, acrescentou.

Segundo a responsável pela Direção Geral da Saúde (DGS), a situação torna-se ainda mais perigosa nos lares de idosos, onde há a junção de vários riscos: a idade, a existência de comorbilidades e a questão, muitas vezes, da ausência da distância física recomendada.

No caso particular do surto na Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), em Reguengos de Monsaraz, Graça Freitas frisou que “os médicos deram o seu melhor e foram corrigindo e dando formação”. “As melhorias foram-se fazendo. Não houve inação. Todos os intervenientes foram colmatando as dificuldades, inclusive o pessoal da instituição. Foram-te tentando resolver os problemas, de dia para dia houve uma melhoria”, disse.

A diretora-geral da Saúde referiu ainda que, no caso dos lares, a DGS pede aos prestadores de cuidados de saúde e ao restante pessoal de apoio para que estejam “familiarizados com as medidas de proteção e preventivas da formação de infeção e saibam como implementar essas medidas”.

Graça Freitas considerou ainda que, no lar de Reguengos, “houve uma política de testes inteligente” de retestagem de idosos que à primeira volta tinham dado negativo e que se veio a verificar que estavam também infetados. “Não houve inação. Houve adaptação e capacidade de irem fazendo as coisas à medida que foi necessário fazê-las”, salientou.

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