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Líder comunista duvida que “bazuca dos milhões” dê resposta aos problemas do país

Num comício na Praça 08 de maio, no coração da cidade de Coimbra, na apresentação dos candidatos do partido à Câmara e Assembleia Municipal, o dirigente comunista falou de um país que “andou para trás”, num período de pandemia em que “se avolumam problemas de dimensão económica e social”.
  • Jerónimo de Sousa, durante o comício de encerramento da 44ª edição da Festa do Avante, que decorreu na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal
18 Maio 2021, 20h52

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o país precisa de criar emprego e valorizar salários e duvidou que a “bazuca dos milhões” dê resposta aos grandes problemas do país.

Num comício na Praça 08 de maio, no coração da cidade de Coimbra, na apresentação dos candidatos do partido à Câmara e Assembleia Municipal, o dirigente comunista falou de um país que “andou para trás”, num período de pandemia em que “se avolumam problemas de dimensão económica e social”.

Problemas que, considerou, não se resolvem com o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) nem com o Plano de Estabilidade apresentado em Bruxelas: “Não vamos lá com as opções contidas no Plano de Estabilidade que o Governo apresentou em Bruxelas para os próximos anos, no qual a recuperação económica e o investimento são condicionados e submetidos ao colete-de-forças dos critérios do Tratado Orçamental”, disse.

Segundo o secretário-geral do PCP, “não será também com o PRR, essa bazuca dos milhões, que vai dar resposta aos grandes problemas, submetido que está aos critérios e objetivos impostos a partir do exterior e não a partir das necessidades e problemas que o país enfrenta”.

Para Jerónimo de Sousa, no imediato é uma evidência que o país precisa de “travar e inverter as situações de pobreza que invadem muitos lares, criar emprego, assegurar e valorizar direitos e salários degradados, condição para o crescimento económico e assegurar as condições para o desenvolvimento da atividade económica, social e cultural”.

“Alguns descobriram que há Odemiras de exploração desenfreada em Portugal”, ironizou o líder comunista, que acusou a maioria dos partidos de fazerem uma frente unida com o PS contra “qualquer proposta do PCP que vise salvaguardar direitos dos trabalhadores”.

“Há muito que Odemira é apenas parte de uma realidade mais larga, onde a violação dos direitos dos trabalhadores, as manobras obscuras de empresas de trabalho temporário, as condições de habitação e de saúde degradadas, as máfias, são uma prática corrente que afeta milhares de trabalhadores e que atinge em particular imigrantes”, acrescentou.

Jerónimo de Sousa foi mais longe e disse que o problema da desregulação do trabalho “atravessa várias regiões e vários setores” do país, denunciando que os grandes centros urbanos se transformaram nas novas “praças de jorna digitais, onde as plataformas e muitas das empresas que promovem o teletrabalho navegam a seu belo prazer, sem restrições ou limitações a uma exploração brutal”.

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