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Líder da JSD pede levantamento da disciplina de voto e votará contra o fim dos debates quinzenais

Margarida Balseiro Lopes critica a falta de diálogo interno sobre o assunto, algo que considera fundamental para decretar disciplina de voto, e diz que votará contra a proposta. Também Pedro Rodrigues, ex-líder da JSD, vai votar contra.
23 Julho 2020, 14h21

A líder da JSD e deputada pelo PSD, Margarida Balseiro Lopes, pediu o levantamento da disciplina de voto imposta à bancada social-democrata na questão do fim dos debates quinzenais no Parlamento. A deputada fez também saber que, independentemente de ser dada liberdade de decisão aos deputados, o seu voto será contra o fim dos debates quinzenais.

Num e-mail enviado ao grupo parlamentar do PSD a que a Lusa teve acesso, Margarida Balseiro Lopes a estrutura interna do partido e a falta de diálogo sobre o assunto a discutir esta quinta-feira, dia 23. “Se é verdade que em relação à generalidade das alterações introduzidas [ao regimento da AR] não tenho qualquer objeção, o mesmo já não se aplica à matéria em concreto do fim dos debates quinzenais”, lia-se no e-mail, em que a líder do JSD pede “o levantamento da disciplina de voto na votação sobre o fim dos debates quinzenais”.

Caso o pedido de liberdade de voto não seja atendido, Balseiro Lopes já fez saber que votará contra a proposta – e, por conseguinte, contra as indicações do partido. “Caso essa liberdade de voto não nos seja conferida, não poderei acompanhar o sentido de voto do Grupo Parlamentar do PSD. Nessa circunstância, terei de votar de acordo com a minha consciência e de acordo com aquela que – estou convicta disso – é a vontade maioritária das pessoas que representamos”.

Também o ex-líder da juventude laranja, o agora deputado Pedro Rodrigues, já tinha mostrado ser contra a proposta, posição que reforçou esta quinta-feira de manhã aos microfones da Rádio Observador. “Não me revejo na substância desta proposta nem nos argumentos que conduzem à sua formação e estou muito preocupado com os seus resultados”, afirmou Pedro Rodrigues, que disse estar ainda “a aguardar uma posição da direção do grupo parlamentar no sentido de saber se há ou não disciplina de voto”, apesar de ser manifestar contra a mesma. O ex-líder da ‘jota’ havia já qualificado a proposta, num e-mail de terça-feira, como indo “ao arrepio da tradição, do património e da identidade do nosso partido”, criticando a falta de “debate interno no grupo, condição fundamental para a determinação da aplicação da regra da disciplina de voto”.

A Assembleia da República vota hoje, quinta-feira, um artigo que muda o modelo dos debates parlamentares com o Governo: em vez da atual modalidade quinzenal, estes passariam a ser mensais, sendo que num mês seriam com o primeiro-ministro sobre política geral e, no mês seguinte, seriam sobre política sectorial com o ministro detentor da pasta.

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