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Líder parlamentar do BE não aceita participar num Orçamento que “falha já a questões fundamentais”

O líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, considera que as alterações propostas pelo BE à proposta do Governo são de “bom senso” e espera que a nova ronda de negociações não seja uma “encenação” do Governo “para o desfecho que deseja”.
  • Mário Cruz/Lusa
20 Outubro 2020, 12h45

O Bloco de Esquerda (BE) referiu esta terça-feira que não está disponível para participar num Orçamento do Estado que “falha antecipadamente” na resposta a “questões fundamentais” em plena crise pandémica, económica e social. O líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, considera que as alterações propostas pelo BE são de “bom senso” e espera que a nova ronda de negociações não seja uma “encenação” do Governo.

“Não aceitamos participar num Orçamento do Estado que falha já antecipadamente a questões fundamentais: proteção do emprego; proteção dos serviços públicos, particularmente na saúde; e garantir que o dinheiro público não vai para mais desmantes do sistema financeiro”, afirmou Pedro Filipe Soares, em declarações à RTP3, a propósito da retoma das negociações para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) na Assembleia da República.

Garantindo que o BE continua disponível para negociar o OE2021 com o Governo, Pedro Filipe Soares defendeu que as propostas que vai levar as reuniões desta terça-feira com o Executivo socialista são “medidas de bom senso” e que “protegem as pessoas”. O líder da bancada bloquista disse ainda que “não compreende” que o primeiro-ministro, António Costa, diga que há “pequenas divergências” e depois diga que o Orçamento do Estado pode chumbar.

“Se isso são pequenas diferenças, creio que o Governo então agora tem de mostrar mais abertura e menos intransigência face ao que teve no passado”, referiu, acrescentando que o BE acredita que ainda “é possível chegar a um bom Orçamento do Estado, que responda aos mínimos da necessidade do país num período de crise pandémica, económica e social”.

Da parte do BE, Pedro Filipe Soares deixa uma garantia: “não fechamos negociações que ainda estão em curso”. O BE espera, no entanto, que “da parte do Governo e do primeiro-ministro em particular, este processo negocial não faça parte de uma encenação para depois haver um desfecho que, de alguma forma, deseja”.

O presidente do grupo parlamentar do BE disse ainda que o OE2021 como está é “insuficiente” e que não se pode continuar a “atrasar aquilo que sabemos que é fundamental”, sobretudo no contexto de pandemia em que o país vive. “O Governo em vez de agir está a reagir”, acusou Pedro Filipe Soares.

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