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Liderança no CDS questionada no pós-europeias por Filipe Lobo d’Ávila que avisou Cristas que não tem margem de erro

O dirigente do CDS Filipe Lobo d’Ávila avisou na quinta-feira, na reunião do conselho nacional, que a líder do partido não tem margem de erro nas legislativas de outubro e responsabilizou a direção de Assunção Cristas pelo mau resultado nas europeias de domingo.
  • Nem sempre os eleitores estão recetivos à mensagem dos partidos. Foi o caso de uma mulher que tentou agredir Assunção Cristas durante uma arruada no Porto. A mulher foi prontamente afastada e Cristas continuou a campanha dizendo que “este tipo de situações são inaceitáveis”.
31 Maio 2019, 09h09

O ex-deputado centrista, do grupo “Juntos pelo Futuro”, interveio na reunião do conselho nacional do CDS, na sede nacional, em Lisboa, convocado pela direção para analisar as europeias de domingo, nas quais o partido ficou em quinto lugar, com 6,2%.

De acordo com relatos feitos à Lusa por dirigentes presentes na reunião, Lobo d’Ávila alertou que Cristas “não tem margem de erro” nas legislativas e fez uma análise do que correu mal nas europeias em que o partido falhou o objetivo de ter dois deputados em Estrasburgo, ficando-se pela eleição de Nuno Melo, o cabeça de lista.

Para o antigo secretário de Estado, a culpa pelos resultados de domingo não foi dos candidatos e, tal como já tinha afirmado na segunda-feira à Lusa, apontou erros na gestão do ‘dossier’ dos professores, em que a bancada alinhou, num primeiro momento, com a esquerda no parlamento na contabilização do tempo de carreira.

Apontou a “gestão desastrosa” neste ‘dossier’, e afirmou que Cristas e a sua direção alegadamente caíram “na armadilha” do primeiro-ministro, António Costa, que definiu as europeias como uma moção de confiança ao Governo.

Ainda segundo os mesmos relatos, o CDS quis censurar o Governo e acabou “chamuscado” pela própria censura, segundo Lobo d’Ávila, que, com o grupo “Juntos pelo Futuro”, apresentou uma lista ao conselho nacional no último congresso.

Internamente, o conselheiro nacional também criticou a direção pela forma como escolheu os candidatos a deputados, por dividir o partido, e admitiu candidatar-se em último da lista do partido em Lisboa se a direção repensar a “imposição” de nomes como candidatos.

Filipe Lobo d’Ávila afirmou ainda sentir dificuldade em identificar as causas e propostas do partido, que levam os eleitores a optar pelos centristas no momento das eleições.

No início da reunião de quinta-feira, a presidente dos centristas, Assunção Cristas, fez um apelo à unidade interna para as legislativas de outubro, disseram à Lusa fontes partidárias.

À Lusa, na segunda-feira, dia seguinte às eleições, Lobo d’Ávila já tinha dito estar em choque com o resultado, mas não pôs em causa a liderança de Assunção Cristas.

O PS venceu as eleições para o Parlamento Europeu de domingo, com 33,38%, elegendo nove dos 21 deputados, 11 pontos percentuais à frente do PSD, (21,9% e seis eurodeputados), seguindo-se o Bloco de Esquerda com 9,8% e a CDU com 6,8%, ambos com dois eleitos.

O CDS ficou em quinto lugar, reelegeu Nuno Melo, com 6,2% dos votos, à frente do PAN, com 5,08%, que pela primeira vez terá um deputado no Parlamento Europeu.

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