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Líderes internacionais vão discutir pós-pandemia nos países ACP

A cimeira extraordinária (online) “Ultrapassar a pandemia da covid-19: construir resiliência através da solidariedade global” irá dividir-se entre um diálogo entre chefes de Estado dos países ACP e entre parceiros estratégicos para o desenvolvimento dos países.
2 Junho 2020, 19h51

Chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo do Grupo de Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP), e líderes de organizações internacionais reúnem-se na quarta-feira numa cimeira virtual para debater o futuro pós-covid-19.

De acordo com a organização dos Estados ACP, que tem como secretário-geral o antigo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, a cimeira virtual “destina-se a avaliar a atual situação global da covid-19 e, em particular, os efeitos e consequências para os Estados-membros da ACP”, refere um comunicado divulgado no ‘site’ da organização.

A cimeira extraordinária “Ultrapassar a pandemia da covid-19: construir resiliência através da solidariedade global” irá dividir-se entre um diálogo entre chefes de Estado dos países ACP e entre parceiros estratégicos para o desenvolvimento dos países.

“Realizada simultaneamente em quatro fusos horários diferentes, em que a organização dos Estados ACP opera, a cimeira deverá focar-se em três pilares: a construção da resiliência, a manutenção das economias e a retoma para uma forte recuperação e a estimulação da solidariedade global e aprofundamento de parcerias”, refere a organização, que acrescenta que no final está previsto um comunicado conjunto apoiado pelos países ACP.

A cimeira tem início marcado para as 12:00 de Bruxelas (11:00 em Lisboa) e terá uma declaração inicial pelo Presidente da República do Quénia e da organização, Uhuru Kenyatta.

O painel “Diálogo de chefes de Estado e Governo sobre os desafios enfrentados pelos Estados ACP durante a pandemia da covid-19”, será aberto por uma intervenção do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguindo-se a participação de chefes de Estado de vários países, incluindo do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, enquanto presidente da União Africana, e do Presidente angolano, João Lourenço.

A discussão sobre ações-chave para a solidariedade global contará, entre outros, com a participação do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

A primeira parte da cimeira será encerrada após intervenções de Georges Chikoti e de Uhuru Kenyatta, que abrirão a segunda parte, dedicada à consulta com parceiros estratégicos para o desenvolvimento.

Entre os participantes estarão o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, assim como o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a Presidente da Suíça, Simonetta Sommaruga.

Na cimeira participarão ainda a chanceler alemã (Angela Merkel), e os primeiros-ministros de Japão (Shinzo Abe), Noruega (Erna Solberg), Índia (Narendra Modi), Canadá (Justin Trudeau), Austrália (Scott Morrison) e Reino Unido (Boris Johnson).

O certame será concluído após uma intervenção final por Kenyatta.

“A pandemia de covid-19 pede uma ação global e solidariedade. Juntos conseguiremos combater este vírus e as suas terríveis consequências socioeconómicas e assegurar o bem-estar dos nossos cidadãos. Agora é tempo de trabalhar em soluções inovadoras que também assegurem uma preparação global para o futuro”, vincou Georges Chikoti, no comunicado divulgado no ‘site’ dos Estados ACP, grupo composto por 79 países das três regiões.

Integram esta organização os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 375 mil mortos e infetou mais de 6,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,6 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.436 pessoas das 32.895 confirmadas como infetadas, e há 19.869 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Em África, há 4.344 mortos confirmados em mais de 152 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.339 casos e oito mortos), seguida da Guiné Equatorial (1.306 casos e 12 mortos), São Tomé e Príncipe (484 casos e 12 mortos), Cabo Verde (458 casos e quatro mortes), Moçambique (307 e dois mortos) e Angola (86 infetados e quatro mortos).

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