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Líderes mundiais tentam adaptar-se à era Trump

Executivos de grandes empresas discutiram em Davos os benefícios da produção local para se defenderem das críticas de Donald Trump.
20 Janeiro 2017, 08h33

Na cimeira que termina hoje, dia 20, CEO’s de todo o mundo, principais defensores da globalização, mudaram o tom dos discursos: falaram sobre os benefícios da produção local para se defenderem das críticas do novo presidente norte-americano, Donald Trump, que repreendeu no Twitter empresas como a General Motors, Lockheed Martin ou United Tecnnologies por fabricarem produtos no México.

Já esta semana a General Motors anunciou que vai fazer um investimento de mil milhões de dólares, cerca de 934 milhões de euros, nos EUA, o que vai permitir a criação de 1500 postos de trabalho. A multinacional vai repatriar a produção de eixos do México para os EUA, seguindo, assim, as pressões de Donald Trump para que as grandes empresas norte-americanas reforçem a atividade nos EUA.

“Não há dúvida de que precisamos de nos adaptar”, disse Carlos Ghosn, diretor executivo da Renault-Nissan, à Reuters, a partir da cidade suíça. “Todas as fabricantes precisam de rever a sua estratégia como uma função do que está por vir.” Grande parte das empresas estão a analisar possíveis fusões e a repensar cortes nos postos de trabalho, temendo o estigma de ser rotuladas de “anti-americano”.

Por outro lado, a intervenção do presidente chinês, Xi Jinping, no Fórum Económico Mundial esteve repleta de críticas a Donald Trump, sem nunca citar o seu nome. “Ninguém sairá vencedor de uma guerra comercial”, afirmou para definir a seguir os perigos do protecionismo: as pessoas “fecham-se a si próprias num quarto escuro” à espera de se protegerem dos perigos. O vento e a chuva ficam lá fora, mas também a luz e o oxigénio”.

O dirigente chinês, que falava para uma plateia onde estava o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, usou as palavras de Abraham Lincoln [presidente dos EUA entre 1861 e 1865] no discurso de Gettysburg para defender o direito ao desenvolvimento. “Não pode ser visto como propriedade de um só país” – “o desenvolvimento é do povo, pelo povo e para o povo.”

Entre os líderes políticos,  a primeira-ministra britânica, Theresa May, sublinhou em Davos que o Reino Unido assumirá um papel de liderança depois do Brexit como o defensor “mais forte e enérgico” dos negócios, dos mercados e do livre comércio no mundo. Com uma plateia repleta de empresários, May passou uma mensagem de tranquilidade, mostrando-se empenhada em assinar acordos comerciais com “amigos antigos” e “novos aliados”.

O encontro do Fórum Mundial de Davos reuniu três mil líderes mundiais, entre políticos, CEO, estrelas da música e do cinema. l

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