Na cimeira que termina hoje, dia 20, CEO’s de todo o mundo, principais defensores da globalização, mudaram o tom dos discursos: falaram sobre os benefícios da produção local para se defenderem das críticas do novo presidente norte-americano, Donald Trump, que repreendeu no Twitter empresas como a General Motors, Lockheed Martin ou United Tecnnologies por fabricarem produtos no México.
Já esta semana a General Motors anunciou que vai fazer um investimento de mil milhões de dólares, cerca de 934 milhões de euros, nos EUA, o que vai permitir a criação de 1500 postos de trabalho. A multinacional vai repatriar a produção de eixos do México para os EUA, seguindo, assim, as pressões de Donald Trump para que as grandes empresas norte-americanas reforçem a atividade nos EUA.
“Não há dúvida de que precisamos de nos adaptar”, disse Carlos Ghosn, diretor executivo da Renault-Nissan, à Reuters, a partir da cidade suíça. “Todas as fabricantes precisam de rever a sua estratégia como uma função do que está por vir.” Grande parte das empresas estão a analisar possíveis fusões e a repensar cortes nos postos de trabalho, temendo o estigma de ser rotuladas de “anti-americano”.
Por outro lado, a intervenção do presidente chinês, Xi Jinping, no Fórum Económico Mundial esteve repleta de críticas a Donald Trump, sem nunca citar o seu nome. “Ninguém sairá vencedor de uma guerra comercial”, afirmou para definir a seguir os perigos do protecionismo: as pessoas “fecham-se a si próprias num quarto escuro” à espera de se protegerem dos perigos. O vento e a chuva ficam lá fora, mas também a luz e o oxigénio”.
O dirigente chinês, que falava para uma plateia onde estava o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, usou as palavras de Abraham Lincoln [presidente dos EUA entre 1861 e 1865] no discurso de Gettysburg para defender o direito ao desenvolvimento. “Não pode ser visto como propriedade de um só país” – “o desenvolvimento é do povo, pelo povo e para o povo.”
Entre os líderes políticos, a primeira-ministra britânica, Theresa May, sublinhou em Davos que o Reino Unido assumirá um papel de liderança depois do Brexit como o defensor “mais forte e enérgico” dos negócios, dos mercados e do livre comércio no mundo. Com uma plateia repleta de empresários, May passou uma mensagem de tranquilidade, mostrando-se empenhada em assinar acordos comerciais com “amigos antigos” e “novos aliados”.
O encontro do Fórum Mundial de Davos reuniu três mil líderes mundiais, entre políticos, CEO, estrelas da música e do cinema. l
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