[weglot_switcher]

Líderes políticos lamentam morte de Loureiro dos Santos

José Loureiro dos Santos, antigo ministro da Defesa Nacional e ex-chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje em Lisboa, aos 82 anos, vítima de doença.
  • Cristina Bernardo
17 Novembro 2018, 14h34

O primeiro-ministro, António Costa, expressou hoje o seu “profundo pesar” pela morte de Loureiro dos Santos, considerando que o general deixou uma “marca indelével na construção e consolidação” da democracia portuguesa.

“O general Loureiro dos Santos deixou uma marca indelével na construção e consolidação da nossa democracia”, vincou o também secretário-geral do PS, que falava aos jornalistas antes de um almoço com militantes socialistas, em Coimbra.

José Loureiro dos Santos, antigo ministro da Defesa Nacional e ex-chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje em Lisboa, aos 82 anos, vítima de doença, disse à agência Lusa fonte da família. António Costa salientou o facto de o general, já depois de ter terminado a sua prestação de serviço, ter prosseguido com “uma reflexão sempre muito ativa, muito inteligente, muito informada sobre a inserção geoestratégica de Portugal”.

“Deu grandes contributos para a definição da nossa política externa e agora deixa-nos com muita saudade”, disse o primeiro-ministro.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Loureiro dos Santos, lembrando que a contribuição do general foi “muito relevante para a consolidação da democracia” em Portugal. “O general Loureiro dos Santos teve uma destacada e reconhecida participação na vida pública portuguesa, com uma contribuição muito relevante para a consolidação da Democracia”, refere Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa lembra ainda o general como um homem dotado de “uma excecional inteligência e vasta experiência académica”, além de ser “detentor de um pensamento inovador nos conceitos de estratégia e defesa nacional, sendo considerado um dos mais notáveis militares da sua geração e o grande mestre da moderna escola de estratégia em Portugal”. Na nota, o Presidente da República refere ainda que Loureiro dos Santos foi condecorado várias vezes pelo Estado português, tendo este ano sido agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada por Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente da República lamenta a morte do general José Alberto Loureiro dos Santos e envia as “mais sentidas condolências à família, aos amigos e às Forças Armadas”.

O ministro da Defesa também já manifestou pesar pela morte do general Loureiro dos Santos, considerando-o “um grande chefe militar e um exemplo ético para todos”. Na sua conta na rede social Twitter, João Gomes Cravinho escreveu que o general Loureiro dos Santos foi uma “figura de referência ímpar no pensamento militar em Portugal” e que “foi fundamental para a transição das Forças Armadas no regime democrático”.

“Recebi com pesar a notícia do falecimento do General Loureiro dos Santos”, acrescenta o ministro da Defesa. Em comunicado, o Ministério da Defesa lamenta, igualmente, a morte do general Loureiro dos Santos, considerando-o “uma referência incontornável” para as Forças Armadas e para a sociedade portuguesa, que transcende o Exército.

“É um nome que, pelo seu reconhecimento, perdura nas nossas memórias”, lê-se no comunicado do Ministério, que acrescenta que o general Loureiro dos Santos “era um líder com um grande sentido de dever, de lealdade, e de disciplina, uma referência intelectual inspiradora de uma dimensão que vai além do Exército”.

Também o presidente do PSD, Rui Rio, lamentou a morte de Loureiro dos Santos, considerando-o uma “pessoa de grande valor intelectual”, com uma visão estratégica sobre as relações externas e as questões militares. “O general Loureiro dos Santos habituou-nos a todos a olhar para ele como uma pessoa de grande valor intelectual, seja nas relações externas, seja particularmente nas questões militares”, afirmou Rui Rio, que falava aos jornalistas após uma reunião do Conselho Estratégico Nacional do PSD, em Coimbra. Numa altura em que “escasseavam nas Forças Armadas pessoas com essa visão estratégica, ele, a par de mais dois ou três, foi dos primeiros a aparecer no espaço público e a todos ensinar essa componente da defesa nacional e militar”, realçou o líder social democrata.

Para Rui Rio, a morte de Loureiro dos Santos é “uma perda para o país”, esperando que surjam outros generais “capazes de refletir em público a estratégia da defesa nacional, porque, como é evidente, as funções de soberania, ao longo dos últimos anos, foram perdendo força”.

Nascido em Vilela do Douro, concelho de Sabrosa, no distrito de Vila Real, em 02 de setembro de 1936, José Alberto Loureiro dos Santos foi ministro da Defesa Nacional entre 1978 e 1980 nos IV e V Governos Constitucionais, chefiados por Carlos Mota Pinto e Maria de Lourdes Pintasilgo, ambos executivos de iniciativa presidencial de Ramalho Eanes.

Militar do ramo de artilharia, Loureiro dos Santos foi vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, em 1977, e Chefe do Estado-Maior do Exército.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.