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Liga Portugal quer estádios de futebol com até 30% da lotação

A diretora executiva do organismo Sónia Carneiro diz que a ida passa por fazer jogos testes de forma evolutiva com o objetivo de ter cinco mil adeptos nas bancadas.
  • Reuters / Matthew Childs
1 Outubro 2020, 11h24

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) quer ver os estádios com uma ocupação que não ultrapasse os 30% da lotação. A ideia foi defendida por Sónia Carneiro, diretora executiva do organismo que reuniu esta quinta-feira, 1 de outubro, em Coimbra.

Este fim de semana será feita a primeira fase do teste piloto no jogo da Liga NOS entre o Santa Clara e o Gil Vicente, que irá contar com mil adeptos nas bancadas do estádio de São Miguel, não ultrapassando a ocupação de 10%.

“Queremos fazer jogos testes que possam ser um processo evolutivo. Uma segunda fase em que consigamos ter 2.500 pessoas sem ocupar 20% do estádio e ocupar 50% da hospitalidade e corporate e ainda uma terceira fase de jogos teste com cinco mil pessoas sem ocupar uma lotação de 30% do estádio”, explicou Sónia Carneiro em conferência de imprensa.

A diretora executiva referiu que é necessário fazer estes testes com os adeptos dos clubes para se perceber qual a forma correta de desenvolver o processo. Como chegam ao estádio (transportes e acessibilidade), os circuitos de acesso (sinalização a utilizar), o cumprimento das regras sanitárias, começar a incutir nas pessoas que têm obrigatoriamente de estar de máscara. Regras da ocupação de lugares, controlar a bilhética e fazer campanhas de sensibilização e prevenção, foram alguns dos exemplos dados por Sónia Carneiro.

A responsável deixou ainda um alerta para o facto de que “se continuarmos a impedir as pessoas de ir ao estádio, que miúdos de 15 e 16 anos não possam sentir aquilo que é o espetáculo do dia de jogo, corremos o risco de perder este público para os vídeojogos e para aquilo que é o futebol”.

“Criar uma ‘bolha’ o mais limpa possível para garantir assistência nos estádios”

Presente na conferência de imprensa esteve também Filipe Froes, pneumologista e consultor da Liga Portugal no processo do combate à Covid-19. “Esta pandemia é iníqua e perversa, porque para alguns não afeta nada, mas para outros afeta muito. Temos de perceber que esta pandemia é um teste à nossa cidadania e responsabilidade individual e coletiva”, afirmou.

O pneumologista relembrou que foi o futebol que deu o exemplo de cidadania, de segurança e responsabilidade individual e coletiva ao implementar previamente as medidas que permitissem o regresso da atividade e como tal deixou um apelo às autoridades de saúde.

“O que solicitamos é um benefício da dúvida porque passamos no teste inicial da prova de conceito da retoma do futebol, é fazer o mesmo desafio, para ser possível de acordo com o nível de atividade epidémica e em articulação com a DGS, criar condições para termos assistência nos estádios. Queremos criar uma ‘bolha’ o mais limpa possível para garantir assistência nos estádios”.

Para isso, Filipe Froes deixou também o repto a todos os cidadãos. “Não podemos pensar que podemos fazer tudo como antes e manter o controle da pandemia. Estas duas atitudes não são conciliáveis”.

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