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Língua reforça ‘ponte’ entre Macau e Portugal

Cinco duplas de escolas secundárias dos dois territórios assinaram protocolos de geminação, visando levar mais longe o ensino do português e do mandarim.
8 Março 2019, 00h10

Duas décadas passadas sobre o retorno de Macau para a soberania chinesa, o espírito de cooperação entre Portugal e a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) mantém o vigor. Desta feita, o estreitamento de laços tem como protagonistas uma dezena de escolas portuguesas e daquela região ao abrigo de protocolos de geminação, elevando para sete o número de acordos do género já estabelecidos.

A geminação envolve as escolas macaenses Hou Kong, da Ilha Verde, dos Moradores, Colégio de São José e Gonzaga Gomes e as escolas secundárias portuguesas Carlos Amarante, em Braga, Augusto Gomes, de Matosinhos, Oliveira Júnior, de São João da Madeira, Engenheiro Calanzas Duarte, da Marinha Grande, e D.Duarte, de Coimbra. “O facto desta geminação ocorrer entre escolas de Portugal, onde é ensinado o mandarim, e escolas de Macau, onde é ensinado o português, torna ainda mais aliciante todo este projeto”, afirmou o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam.

A cooperação entre as escolas das duas geografias traduzir-se-á na realização de projetos conjuntos, intercâmbios e partilha de experiências entre alunos e professores. “As escolas geminadas podem definir e implementar os seus próprios projetos de cooperação e fomentar a troca e partilha de experiências de ensino”, adiantou Alexis Tam. As atividades estão centrados nos domínios das Artes, Humanidades, Ciência, Tecnologia e Desporto e serão desenvolvidas em português, mandarim e inglês.

Do lado português, a secretária de Estado Adjunta da Educação, Alexandra Leitão, salientou a importância de aproveitar as novas tecnologias para encurtar os 11 mil quilómetros que nos separam daquele território. Alexandra Leitão lembrou ainda os “passos significativos que foram dados nos últimos anos com redes de parceria entre escolas portuguesas que oferecem mandarim e escolas da RAEM que ensinam o português”.

Ponte entre culturas

Portugal e Macau assinaram o Acordo de Cooperação na Área da Educação e Cultura em junho de 2001, cerca de ano e meio após a devolução do território à República Popular da China, a 20 de dezembro de 1999. Segundo o acordo, a relação educativa e cooperativa entre as duas partes assenta no princípio da “vontade mútua”, no intercâmbio bilateral e no incentivo e promoção mútua.

Nas escolas secundárias da Região Administrativa Especial de Macau há cerca de 6.700 alunos que aprendem português. Alexis Tam referiu que a cooperação entre os governos dos dois territórios permitiu a formação contínua dos docentes de língua portuguesa em Macau e expressou a ambição de aumentar quer a formação dos docentes que ensinam português no território, quer a dos que ensinam mandarim em Portugal.

A assinatura dos acordos, realizada na Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa, culminou a visita oficial de três dias a Portugal do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, que também reuniu com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

No primeiro dia da sua visita a Portugal, a delegação macaense foi brindada com performances musicais, momentos de poesia e atividades de artes marciais na Escola Básica e Secundária Prof. Reynaldo dos Santos, uma das unidades de ensino públicas portuguesas que oferece o mandarim no âmbito do projeto-piloto Língua Estrangeira III. Dez escolas do ensino secundário público português disponibilizam atualmente o mandarim no currículo dos cursos científico-humanísticos.

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