O PSI-20 fechou em queda (-0,39% para 5.714 pontos) contrariando os ganhos europeus, em dia de novos máximos em Wall Street.
A queda do índice da bolsa lisboeta deve-se essencialmente à correção da Greenvolt (-2,09% para 7,03 euros); à queda dos CTT de 1,83% para 4,83 euros; à perda da EDP de 1,08% para 4,842 euros; ao recuo da EDP Renováveis de 0,42% para 23,68 euros; à perda de 1,02% para 9,354 euros da Galp; e ao fecho em baixa de 1,11% da Sonae para 0,9360 euros.
Dos oito títulos que fecharam em terreno positivo, o destaque vai para o BCP, que valorizou 0,71% para 0,1567 euros apesar dos prejuízos do banco do Grupo Millennium na Polónia.
O Millennium Bank teve um resultado líquido consolidado do grupo nos nove meses de -181,2 milhões de euros, com a rubrica a ser substancialmente afetada por provisões relacionadas com riscos legais da carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira. De notar que o nível de provisões acumuladas representada 20,3% do valor desta carteira.
A Navigator subiu 1,07% para 3,222 euros e a Ibersol avançou 1,17% para 5,2 euros.
Por cá, esta terça-feira foi notícia o facto de o cash flow da Galp ter sido afetado depois da empresa ter sido forçada a registar 373 milhões em contas margem por causa da volatilidade dos preços do gás.
Também a EDP Energias do Brasil, detida em 52,64% pela EDP, comunicou o cancelamento de 25.685.126 ações próprias ou 4,3% do capital social e anunciou um novo programa de recompra de ações de até 23.558.500 ações a ser executado num prazo de 18 meses. Adicionalmente a EDP Brasil anunciou que está a realizar um processo de alienação de três ativos hídricos (Central Hídrica de Jari, Central Hídrica de Cachoeira Caldeirão e Central Hídrica de Mascarenhas). Até ao momento, não foram celebrados contratos definitivos.
“Os principais índices europeus viveram uma sessão de ganhos, com o PSI-20 a ser exceção”, realça Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium investment banking.
“A penalizar o índice nacional estiveram as quedas de quase 3% da Greenvolt e acima dos 1% de CTT, EDP, Sonae e Galp. Já o BCP conseguiu inverter o sentimento negativo matinal e acabou por estar no top3 das valorizações, no dia em que o Bank Millennium reagiu positivamente às contas do último trimestre, que mostraram uma diminuição das provisões relacionados com créditos em francos suíços”, descreve o analista do BCP.
Na Europa o Eurostoxx 50 avançou 0,85% para 4.224 pontos e o Stoxx 600 valorizou 0,77%.
O FTSE 100 ganhou 0,76% para 7.277,6 pontos; o CAC avançou 0,80% para 6.766,5 pontos; o DAX subiu 1,01% para 15.757 pontos; o FTSE MIB de Milão fechou a subir 0,58% para 26.970,9 pontos e o IBEX valorizou 0,90% para 9.001 pontos.
Na Europa, o sector de viagens e lazer liderou os ganhos, com as transportadoras aéreas em destaque – Lufthansa (+2,81%), IAG (+2,3%) e WIzz Air (+1,85%) avançam mais de 3%, enquanto o de recursos naturais foi o único em queda, refere a mesma análise.
“À hora de fecho das praças no velho continente, nas congéneres de Wall Street Nasdaq 100, S&P 500 e Dow Jones atingiram novos máximos, com o índice tecnológico a destacar-se, ao avançar mais de 1%, no dia em que se vão conhecer as contas de grandes empresas de tecnologia – Twitter, Alphabet e Microsoft”, refere Ramiro Loureiro.
O mercado norte-americano pode estar a ser influenciado pela notícia que o índice de Confiança do Consumidor do US Conference Board aumentou inesperadamente para 113,8 em outubro, a partir dos 109,3 do mês anterior e em comparação com as expectativas do mercado de 108,9.
Os analistas dizem que a boa performance em sectores cíclicos, como retalho ou bens de consumo, demonstra confiança na recuperação económica, em vésperas do BCE revelar as suas decisões de política monetária.
A nível empresarial de notar ainda o disparo das ações da finlandesa Wartsila, fornecedora de equipamentos navais para construtores, armadores e operadores de embarcações e instalações offshore (+11,29%).
Na Europa destaque para o facto de a Vivendi ter pedido autorização para comprar até 29,9% na Prisa. A Vivendi já detém 9,9% da Prisa.
Destaque para a norte-americana UPS, que sobe 7,30% depois de superar estimativas perante a procura no e-commerce e preços mais elevados.
A nível macroeconómico o s sentimento na indústria de exportação alemã sofreu um golpe significativo. Em outubro, as Expectativas de Exportação do instituto Ifo caíram para 13,0 pontos, face a 20,5 pontos em setembro. É o menor valor desde fevereiro de 2021. Os problemas de abastecimento de produtos intermédios estão a afetar as exportações da indústria.
No sector elétrico e eletrónico, as expectativas de exportação diminuíram, mas permanecem num nível elevado, com as empresas a continuar a esperar bons negócios internacionais. No entanto, o clima é mais sombrio na indústria química, onde as taxas de crescimento serão significativamente mais lentas. A situação é semelhante para a indústria automóvel. Nas indústrias de alimentos e de fabrico de móveis, as exportações devem se manter constantes. As indústrias têxteis e de couro estão a preparar-se para o declínio das vendas internacionais.
O euro cai 0,16% para 1,159 dólares.
No mercado do petróleo o Brent avança 0,56% para 86,47 dólares o barril. Igual movimento observa-se no crude WTI no NYMEX, que sobe 1,22% para 84,78 dólares.
O mercado de dívida soberana está em queda na Alemanha e em alta em Portugal, aumentado o prémio de risco da dívida nacional. A dívida alemã a 10 anos recua 0,32 pontos base para -0,12% e a dívida portuguesa sobe 2,6 pontos base para 0,41%. Igual para Espanha que vê os juros subirem 1,25 pontos base para 0,52%. Itália tem os juros a subirem 3,09 pontos base para 1%.
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