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Lisboa segue no “vermelho”, depois de Wall Street ter registado maior queda desde 2011

“O PSI 20 está a espelhar as quedas dos principais índices europeus, depois de ontem a bolsa norte-americana ter registado uma queda percentual de 4,6%, a mais violenta desde 2011”, explica Paulo Rosa, trader da Gobulling – Banco da Carregosa.
  • Lucas Jackson/Reuters
6 Fevereiro 2018, 09h45

A bolsa portuguesa abriu esta terça-feira, 6 de fevereiro, a negociar em baixa acentuada, em linha com a tendência das congéneres europeias. A meio da manhã, o principal índice português, PSI 20, recua 1,69%, para 5.313,97 pontos, com todas as cotadas do índice a negociarem no vermelho.

“O PSI 20 está a espelhar as quedas dos principais índices europeus, depois de a bolsa norte-americana ter registado uma queda percentual de 4,6%, a mais violenta desde 2011”, explica ao Jorna Económico Paulo Rosa, trader da Gobulling – Banco da Carregosa.

Na bolsa nacional não há cotadas a negociar em terreno positivo. Pela negativa destaca-se a Pharol, que recua 3,83%, para 0,176 euros. Paulo Rosa indica que a cotada está ainda a ser pressionada pelo plano de reestruturação da empresa de telecomunicações brasileira Oi. “A Pharol continua a dizer que a assembleia-geral da Oi se vai realizar, mesmo depois de a empresa brasileira ter cancelado a reunião, alegando que tal contraria a decisão judicial”, diz.

O grupo Sonae está também a registar fortes perdas. A Sonae cai 3,35%, para 1,183 euros, e a Sonae Capital desvaloriza 2,75%, para 0,956 euros.

O BCP perde também 2,61%, para 0,290 euros. “Os títulos que mais subiram são os que estão a registar maiores perdas”, explica Paulo Rosa. O mesmo acontece com a Mota-Engil, que perde 2,95%, para 3,620 euros.

“Já os títulos que menos subiram, não corrigem tanto”, nota o trader da Gobulling. É o caso da EDP, que perde 0,22%, para 2,690 euros, e é a cotada com menor desvalorização no PSI 20.

Em terreno negativo estão também a EDP Renováveis (-1,29%), a Galp Energia (-0,60%), a Jerónimo Martins (-1,07%), a NOS (-2,32%), os CTT (-1,59%), a REN (-1,14), a Novabase (-5,94%), a Ibsersol (-3,42%), a Corticeira Amorim (-2,08%), a Navigator (-2,04%), a Altri (-1,09%) e a Semapa (-0,67%).

As restantes praças europeias negoceiam no vermelho. O índice alemão DAX perde 1,85%, o francês CAC 40 recua 1,52%, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 1,49%, o holandês AEX resvala 1,87%, o italiano FTSE MIB subtrai 1,44% e o britânico FTSE 100 cai 1,61%.

“Ontem assistiu-se a um panic sale em Wall Street. O Dow Jones caiu 4,6%, com algumas cotadas a perderem 6%”, explica Paulo Rosa, notando que tal está a influenciar pela negativa as praças europeias. “No entanto, é importante notar que não foi uma queda generalizada. As obrigação subiram bastante, o que indicia uma ‘fuga para a qualidade’ (flight to quality). Estas correções de Wall Street podem ser uma janela de oportunidade para novas compras”, explica.

Paulo Rosa diz ainda que “quando há de facto um um ciclo de correções mais prolongadas bear market, todo o tipo de ativos cai, o que não se verifica, com a subida acentuada das obrigações”. Além disso, as yields das obrigações soberanas alemãs estão a cair 5%, levando os principais índices europeus a aliviar dos mínimos de sessão.

No mercado petrolífero, o brent negoceia a perder 0,38%, para 67,36 dólares por barril, e o crude WTI recua 0,42%, para 63,88 dólares.

No mercado cambial, o euro ganha 0,32% para os 1,240 euros e a libra avança 0,25%, para 1,399 euros.

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