O Lloyds Banking Group planeia abrir três subsidiárias na Europa continental depois da Grã-Bretanha sair da União Europeia, avançou hoje a Reuters, tendo o Jornal Económico confirmado a informação junto de fonte do banco liderado por António Horta Osório.
O maior banco de retalho da Grã-Bretanha já tinha previsto abrir uma sede em Berlim para operar na Europa Continental, mas a administração de António Horta Osório está agora a estudar abrir mais duas subsidiárias para atender os clientes em toda a União Europeia.
Uma delas será provavelmente em Frankfurt, cidade que acolhe a sede do Banco Central Europeu, e a localização da segunda subsidiária ainda não é conhecida.
O Brexit está assim a fragmentar a industria bancária. Os planos do Lloyds – uma instituição com mais de 250 anos que sempre concentrou as suas operações na Grã-Bretanha – mostram como o Brexit está a forçar os bancos a mudar os modelos de negócios para garantir que possam continuar a vender os seus produtos na Europa.
O Lloyds não é o pioneiro nesta fragmentação das sedes. O banco suíço UBS disse em março que buscaria um modelo “descentralizado”, em linha com os movimentos adoptados pelos Goldman Sachs, Bank of America e JPMorgan.
Esses planos de abertura de várias sedes em vez de uma única sede acarretam por seu turno custos acrescidos e complexidade maiores, pois cada subsidiária precisa ser capitalizada e licenciada pelos reguladores.
Esta tendência de descentralização contraria as expectativas de que os bancos escolheriam um dos principais hubs continentais para substituir a praça Londres no pós-Brexit. Com Frankfurt, Paris e Dublin a surgirem como os principais candidatos a substituir a capital inglesa como centro financeiro.
O plano para administrar três unidades na Europa Continental foi parcialmente motivada por novas regulamentações do setor bancário britânico que já forçaram os bancos do Reino Unido a dividir balanços em entidades que são capitalizadas individualmente, antes de janeiro de 2019.
As regras visam isolar os depositantes dos bancos das atividades de trading mais arriscadas e proteger os contribuintes de ter que financiar bancos considerados “grandes demais para falhar”. Os bancos muito grandes são incentivados em converter-se em vários bancos mais pequenos.
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