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Lojas asiáticas evitam negociações com a Huawei

Retalhistas de alguns países asiáticos estão a recusar trocar os aparelhos da empresa chinesa, dado que cada vez mais consumidores estão a desligar os seus telemóveis, com receio de perderem o acesso a algumas aplicações.
23 Maio 2019, 11h05

As lojas de venda de telemóveis em alguns países asiáticos estão a recusar-se a trocar dispositivos da Huawei, dado que cada vez mais consumidores estão a desligar os seus telemóveis, com receio de perderem o acesso a algumas aplicações, revela a agência “Reuters”, na sequência da proibição de Donald Trump para com as empresas norte-americanas de realizarem negócios com a tecnológica chinesa.

A Google já assumiu que vai cumprir a ordem do presidente dos Estados Unidos, o que significa que os atuais proprietários de telefones Huawei terão de ser excluídos das atualizações do sistema operacional Android no final de agosto. Os novos telefones perderão o acesso a aplicações, como o YouTube e o Google Chrome.

Face a este cenário, alguns clientes em Singapura e nas Filipinas tem estado a vender os seus telefones Huawei, de acordo com dados retalhista e do mercado online. Contudo, existem poucos compradores.

“Não é que a Huawei seja um mau produto. É um produto muito bom. Só que ninguém quer comprá-lo agora por causa da política dos Estados Unidos”, referiu Dylan On, vendedor de uma loja em Singapura. Contatada pela “Reuters”, um porta-voz da Huawei afirmou que a empresa “continuará a fornecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os produtos existentes para smartphones e tablets Huawei e Honor”.

A empresa disse anteriormente que está a desenvolver o seu próprio software para telemóveis e ainda pode usar uma versão “open source” do Android que não tem acesso às aplicações da Google. A Carousell, o mercado online mais popular de Singapura, revelou que o número de vendas de telefones da Huawei mais do que duplicou no dia em que o pedido dos Estados Unidos foi anunciado. Os smartphones da Huawei tiveram uma participação de 14% no mercado de Singapura no ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa Canalys.

O mesmo cenário acontece nas Filipinas. “Não estamos a aceitar mais telefones da Huawei. Ela não será mais comprada pelos nossos clientes”, afirmou à “Reuters” Hamida Norhamida, vendedora de telefones novos e usados ​​do centro comercial Greenhills, em Manila, acrescentando que se sentiu aliviada por ter vendido o seu stock de Huawei P30 Pro antes do anúncio da Google.

Na quarta-feira, as operadoras de telemóveis japonesas KDDI e Ymobile, marca de baixo custo da SoftBank, anunciaram o adiamento do lançamento do smartphone Huawei P30 Lite, que deverá chegar às lojas na sexta-feira.

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