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Londres vai testar vacinas em voluntários infetados deliberadamente com Covid-19

Os participantes do estudo, que aguarda aprovação da entidade reguladora do medicamento do Reino Unido, ficarão sob supervisão médica rigorosa. Até ao momento, 2.000 pessoas já se inscreveram.
  • Karoly Arvai/Reuters
24 Setembro 2020, 14h34

O Reino Unido anunciou que vai realizar ensaios com voluntários saudáveis que posteriormente serão deliberadamente infetados com o vírus da Covid-19 para descobrir a eficácia das vacinas em teste, segundo a agência “EFE”, esta quinta-feira, 24 de setembro.

Os estudos vão começar em janeiro de 2021 no este de Londres, onde os voluntários vão permanecer em quarentena. Assim, um voluntário será inoculado com uma vacina e, um mês depois, receberá uma dose do SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença da Covid-19. A pessoa ficará sob supervisão médica rigorosa. Até ao momento, 2 mil pessoas já se inscreveram para participar.

Os investigadores responsáveis pelos ensaios destacaram o papel vital na aprendizagem sobre as melhores vacinas da Covid-19 em desenvolvimento. O jornal “Financial Times” citado pela “EFE”, recorda que estes tipos de ensaios surgiram em 1796 com o médico Edward Jenner, considerado “o pai da imunologia”, que salvou um rapaz de 8 anos com a vacina contra a varicela, que o próprio tinha desenvolvido. Nos últimos anos, tem sido igualmente recorrente a utilização deste método para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos contra a cólera ou malária.

Dominic Wilkinson, professor de ética médica na Universidade de Oxford, sublinha que quando o mundo enfrenta “uma ameaça global sem precedentes como a COVID-19, é um imperativo ético conduzir estes estudos controlados para ajudar a desenvolver uma vacina e depois identificar a melhor”.

Apesar das inscrições já estarem a decorrer, o ensaio ainda precisa ser aprovado pela agência reguladora do medicamento do Reino Unido.

 

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