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Lone Star confirma que Novo Banco será liderado por António Ramalho

Na reta da meta da venda do Novo Banco, Olivier Brahin, responsável do Lone Star para a Europa, diz que o Novo Banco vai manter o foco central da sua atividade no atendimento da sua base de clientes em Portugal.
  • Cristina Bernardo
20 Fevereiro 2017, 15h33

O Novo Banco vai ser liderado por António Ramalho e vai ter o enfoque nos clientes que são empresas, garantiu hoje em comunicado o presidente do Lone Star para a Europa.

“O plano estratégico do Lone Star para o Novo Banco inclui a manutenção do foco central da sua atividade no atendimento da sua base de clientes em Portugal, com particular destaque para o segmento empresarial. O projeto prevê um trabalho muito próximo com a atual equipa de gestão, contando com a liderança do seu Presidente executivo, António Ramalho, cujo conhecimento da instituição é fundamental para sua revitalização”, disse em comunicado num comunicado enviado às redações Olivier Brahin, presidente do fundo norte-americano para a Europa,

“Aguardamos com expectativa começar a trabalhar com a equipa de António Ramalho e os colaboradores do Novo Banco, assim que chegarmos a um acordo final com o Banco de Portugal, no sentido de fortalecermos a posição de capital do banco, fomentarmos uma cultura de transparência, em conformidade com as melhores práticas de mercado e lançarmos produtos inovadores, financeiros e de serviços, aprofundando a confiança dos clientes”, revela o responsável pela entidade escolhida pelo Banco de Portugal para negociar a compra do Novo Banco em regime de exclusividade.

Hoje, o Banco de Portugal que gere a venda do Novo Banco em nome do Fundo de Resolução, disse em comunicado que “decidiu selecionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco”.

“Continuamos empenhados em chegar a um acordo final com o Banco de Portugal para apoiar o Novo Banco beneficiando, no longo prazo, os seus clientes, colaboradores, credores e a economia portuguesa em geral”, revela Olivier Brahin.

“Estamos profundamente confiantes no futuro do Novo Banco. Após uma análise aprofundada da instituição ao longo dos últimos meses, estamos conscientes da importância do Novo Banco para o futuro da economia portuguesa. Estamos profundamente otimistas em relação a Portugal e ao futuro da economia do país, e é, por isso, que procuramos proporcionar o capital, os recursos e os conhecimentos necessários para que o Novo Banco continue a ser um pilar forte e focado no mercado doméstico do sistema bancário português”, conclui Olivier Brahin.

O comunicado do Lone Star recorda que a 5 de janeiro de 2017, o Banco de Portugal o nomeou concorrente preferencial ao Novo Banco e desde então, têm trabalhado “de forma intensa na criação de condições para a obtenção de um resultado final que vá ao encontro do interesse de todas as partes envolvidas”.

Ainda não são oficialmente conhecidos os contornos da proposta de compra. Mas segundo o Jornal Económico sabe o Lone Star ficará com pelo menos 70%.

No domingo, à SIC, Luís Marques Mendes disse que “o fundo norte-americano não vai ficar com 100%, mas sim 65% ou um pouco mais”. Depois disse que “o Fundo de Resolução deverá manter-se durante mais algum tempo como accionista do Novo Banco, com cerca de 25% do capital. Mas se a DG Comp, em Bruxelas, não aceitar a manutenção do Fundo de Resolução como accionista, poderá ser o Estado, directamente, a assumir essa posição”.

O terceiro aspecto é que poderá haver até 10% do capital (ou um pouco menos) do Novo Banco, detido por empresas ou grupos portugueses que a Lone Star está neste momento a contactar, desde que haja interessados.

O quarto ponto revelado por Marques Mendes é que o aumento de capital do Novo Banco terá um valor de 1.000 milhões de euros, quando antes era de apenas 750 milhões de euros. Por fim, haverá uma cláusula em que pelo menos durante três anos, a Lone Star não poderá vender a sua participação no banco. Mesmo assim o Fundo americano tem reafirmado que quer ser dono do Novo Banco durante mais tempo, lembrou o comentador.

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