Voar foi sempre um dos motivos que mais inspirou os poetas – principalmente os poetas românticos, por muito que se mantivessem no estertor da sua necessária vida difícil – mas as biografias dos poetas não são pródigas em associar o voo propriamente dito à produção de poesia. A máxima parece ser ‘cabeça no ar, a mão a acompanhar, mas os pés bem assentes na terra’, mas a companhia aérea lowcoast easyJet está apostada em reescrever a história.
A principal companhia aérea da Europa, na sua ótica, acaba de lançar um concurso de poesia romântica, durante todo o mês de fevereiro, que pretende desafiar todos passageiros a escreverem alguns versos no saco de enjoo da companhia aérea. O suporte pode nem sequer ser o mais romântico, mas é melhor escrever nele que usá-lo para os fins a que se destina.
O concurso, intitulado ‘Love Sick’ – que não podia estar mais bem escolhido, dado que os românticos tinham pouca inclinação para o amor se ele não lhes provocasse um arrebatamento qualquer muito próximo da doença (quanto mais próximo melhor, aliás) inicia-se hoje e os participantes terão a oportunidade de ganhar um voo duplo para qualquer lugar disponível na rede easyJet. O concurso termina à meia noite do dia 28 de fevereiro, o que quer dizer que estará no ativo durante o mês que alguém decidiu dedicar ao namoro, atividade lúdica que precede muitas das viagens da companhia aérea.
É a própria easyJet que o afirma: “Sabemos que 29% dos clientes da easyJet Flight Club mantêm uma relação à distância, sendo que 250 mil casais têm viagens agendadas para esta data e até às férias da primavera. Faz, por isso, todo o sentido que a melhor poesia desta geração se crie no espaço aéreo, a 39 mil pés do chão”, refere Tina Milton, chefe de cabin crew da easyJet.
Todos os participantes devem colocar o poema dentro dos bolsos de encosto e depois partilhar a sua criação publicamente no Twitter ou Instagram, identificando a @easyJet e incluindo a hashtag #LoveSickSonnets. Uma vez submetidas, os participantes poderão levar a sua obra consigo.
A alternativa seria oferecer o poema a alguém que estivesse sentado mo lugar ao lado, se se desse o caso de parecer apropriado – mas, nestes tempos de usura em termos de assédios e outras truculências, talvez seja melhor manter o momento de inspiração no perímetro menos perigoso do saco de enjoo.
A companhia adianta ainda que as participações serão avaliadas por Daisy Goodwin, autora das oito antologias de poesia mais vendidas e escritora da obra premiada ‘Victoria’. Inspirada pelos passageiros que, cada vez mais, têm deixado bilhetes românticos nos bolsos dos bancos dos aviões, destinados aos passageiros seguintes, a easyJet “acredita que este será o primeiro concurso de poesia no mundo com este tipo de conceito e espera que esta seja uma iniciativa que desperte alegria àqueles que se encontram distantes de quem mais amam”.
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