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Lucro da NOS tomba 61%, para 35 milhões de euros, no primeiro semestre devido à pandemia da Covid-19

“O semestre que agora terminou constituiu um dos momentos mais desafiantes na ainda curta história da NOS. A pandemia Covid-19 colocou, e continua a colocar, a empresa à prova nas suas mais diversas frentes”, afirmou o presidente executivo da telecom, Miguel Almeida, em comunicado.
  • Presidente executivo da NOS, Miguel Almeida
22 Julho 2020, 17h20

O resultado líquido da NOS tombou 61%, para 35 milhões de euros, nos primeiros seis meses deste ano, devido ao impacto da pandemia da Covid-19 na operação da empresa de telecomunicações. De acordo com as contas, veiculadas esta quarta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no primeiro o valor compara com 90,2 milhões de euros em período homólogo de 2019.

“O semestre que agora terminou constituiu um dos momentos mais desafiantes na ainda curta história da NOS. A pandemia Covid-19 colocou, e continua a colocar, a empresa à prova nas suas mais diversas frentes”, afirmou o presidente executivo da telecom, Miguel Almeida, em comunicado.

Por isso, a empresa justifica os resultados da atividade operacional da NOS como reflexo “das restrições impostas, nomeadamente as restrições à circulação e à atividade económica”.

Entre janeiro e junho, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ascenderam a 310,6 milhões de euros, o corresponde a uma redução de 6,3%, face ao primeiro semestre de 2019. A margem EBITDA a melhorou 0,7 pontos percentuais, para 46,6%.

As receitas, por sua vez, apresentaram uma quebra homóloga de 7,6%, para 666,6 milhões de euros, “assistindo-se a uma quebra, de diferente intensidade, em todas as linhas de negócio”. Já as receitas de telecomunicações recuaram 5%, para 652,8 milhões de euros, até 31 de junho.

“Os resultados financeiros, tal como já havia acontecido no primeiro trimestre, foram afetados pela pandemia nos segundos três meses do ano. Nas telecomunicações, apesar da estabilidade e resiliência demonstrada, os maiores impactos foram sentidos na receita de subscrição de canais premium, em particular dos canais de desporto (Sport TV, BTV e Eleven Sports) que foram disponibilizados aos clientes de forma gratuita e nas receitas provenientes do roaming internacional, fruto das restrições impostas às viagens internacionais. O segmento empresarial, como referido, foi igualmente afetado, com algumas empresas a serem forçadas a reduzir os seus custos, tendo em conta a diminuição ou encerramento total das suas atividades, sobretudo no período de confinamento. Também a venda de equipamentos foi menor, fruto da reduzida atividade comercial e encerramento do comércio de retalho”, detahlou a empresa.

Mesmo assim, o número de serviços prestados pela NOS aumentou 2,3%, para 9,761 milhões, no primeiro semestre de 2020. Os serviços de televisão cresceram 1,9%, para 1,648 milhões, enquanto que os serviços de comunicações móveis evoluíram 2,1%, para 4,870 milhões. O número de casas com acesso à rede de nova geração fixa aumentou 4,2% para 4,685 milhões.

“No final do semestre em referência, o número de Clientes convergentes e integrados atingiu 61% da base de clientes de rede fixa, equivalente a 958 mil clientes.

“As operações de telecomunicações registaram uma performance muito resistente, de que é reflexo o aumento de subscrições verificadas. O consumo das famílias manteve-se estável, continuando a ser sentida alguma pressão no segmento de pequenas e médias empresas, que tem subjacente o encerramento parcial ou completo das suas atividades. A redução drástica do turismo e viagens internacionais motivou igualmente uma redução nas receitas de roaming. A oferta dos canais premium desportivos durante dois meses, motivou de igual forma, uma quebra nas receitas face ao período homólogo do ano passado”, explicou a operadora de telecomunicações.

Contudo, a NOS garantiu ter mantido o nível de investimento, cujo capex (indicador do investiment) ascendeu semestre 171,8 milhões de euros, entre janeiro e junho, excluindo contratos de leasing.

Resultado do investimento, a cobertura de rede fixa da NOS, no final de junho, chegava a 4,685 milhões de lares, mais 190 mil casas face ao final de junho de 2019.

A dívida financeira líquida situou-se nos 1.009,4 milhões de euros, menos 120,9 milhões de euros do que no final de junho de 2019, representando 1,8x o EBITDA após leasings. A NOS tratar-se de um “rácio conservador face às congéneres do setor”.

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