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Lucros do Grupo PSA crescem 48,1%, acima das expectativas dos analistas

Mais de 2 mil milhões de automóveis vendidos em todo o mundo geraram cerca de 3 mil milhões de euros em lucros. A Opel, marca que a PSA adquiriu em 2017, depois de duas décadas a ter resultados operacionais negativos, chegou pela primeira vez aos lucros.
24 Julho 2018, 19h24

A empresa liderada pelo CEO português, Carlos Tavares, vendeu 2.182 milhões de automóveis no mundo inteiro e alcançou, no primeiro semestre de 2018, lucros de 3.017 milhões de euros, um crescimento de 48,1% em comparação com o período homólogo. A Opel-Vauxall, marca que a PSA adquiriu no ano passado, também atingiu os lucros de 502 milhões, o que aconteceu pela primeira vez em duas décadas. As ações da PSA valorizaram 10% depois da publicação dos resultados para os 23.47 euros.

Em comparação com os primeiros meses de 2017, as vendas a nível mundial dos dois segmentos da PSA – a Peugeot e a Citroën, por um lado, e a Opel-Vauxall, por outro – cresceram 38,1%, atingindo os 2.182 mil milhões de automóveis vendidos na primeira metade do ano de 2018. As marcas francesas Peugeot e Citroën continuam a ser o porta-estandarte da PSA, ao terem sido responsáveis por cerca de 74% das vendas totais da empresa, com 1.610 mil milhões de viaturas vendidas.  O crescimento do volume de vendas da PSA mantém-se positivo mesmo excluindo a Opel, apresentando um acréscimo de 1,9% em relação ao período homólogo.

Já Opel, que a PSA adquiriu em 2017. apesar de ter tido uma performance mais modesta quando comparada com as marcas francesas, muitos analistas mostram-se “surpreendidos” e “incrédulos” com os números apresentados: 572 milhões de unidades vendidas para uma marca que em 2016 apresentou resultados negativos de 572 milhões de dólares.

Max Warburton, analista na empresa Bernstein, admitiu ao “Financial Times” que o sucesso da Opel registado nos últimos meses superou “excedeu as maiores expectativas”. “Estávamos à espera que Opel-Vauxall apresentasse lucros  (…) mas estes números excederam as nossas maiores expectativas”, disse.

A Europa continua a ser o mercado predilecto da PSA ao ser responsável por 77% do volume de vendas total da empresa. Em segundo lugar aparece África e o Médio Oriente, o único mercado onde se assistiu a um decréscimo nas vendas, de -18,6%, em parte explicado pela opção estratégica da empresa em seguir as orientações políticas que resultaram na imposição de sanções económicas no Irão, suspendendo a sua atividade no país, o maior mercado não europeu da PSA. Foram vendidos cerca de meio milhão de automóveis da PSA no país mas, segundo Carlos Tavares em declarações à Bloomberg TV, “apenas representam 1% da faturação” da empresa.

As receitas da PSA, que abarcam as duas divisões de automóveis e as receitas provenientes da empresa fornecedora de partes, a Faurecia, com forte presença nos Estados Unidos, registaram um crescimento significativo durante o primeiro semestre do ano, atingindo os 38.595 milhões de euros, um aumento de 40,1% face ao período homólogo.

Os lucros do Grupo, tiveram um comportamento muito positivo e cresceram 48,1% em relação aos primeiros seis meses de 2017, para os 3.017 milhões de euros. A divisão formada pela Peugeot e Citroën cresceu cerca de 30% em receitas, para 1.873 milhões de euros, representando 8,5% do lucro total do grupo. Destaque para os 502 milhões de euros que a Opel “deu” à PSA e que representa 5% dos lucros totais da empresa. Foi, de resto, a primeira vez em duas décadas que a marca dá lucros.

 

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