As eleições parlamentares europeias marcadas para maio do próximo ano vão “agitar” o cenário político e “ajudar” Itália nas suas lutas orçamentais com Bruxelas, afirmou este domingo o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, revela a agência “Reuters”.
A Comissão Europeia rejeitou no passado mês de outubro o orçamento de Itália para 2019, referindo que o mesmo desrespeitou o compromisso de reduzir o défice e não garantiu uma redução da dívida, a segunda maior da zona do euro como proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
A coaligação italiana, formada pelo movimento 5 Estrelas e pela Liga de extrema-direita, recusou alterar os principais pontos do orçamento, afirmando que impulsionará a economia através da redução de impostos, diminuição da idade da reforma e mais gastos sociais.
Luigi Di Maio afirmou ao jornal “Corriere della Sera” que estava confiante de que Roma e Bruxelas poderiam evitar um confronto, prevendo que a Comissão iria adotar uma abordagem diferente depois das eleições de maio, o que poderá impulsionar os partidos anti-austeridade.
“Os cidadãos votarão nas eleições europeias e causarão uma grande agitação”, referiu Luigi Di Maio, que também é líder do 5 Estrelas. “Estamos prontos para discutir as coisas em torno de uma mesa, mas eles não podem nos pedir para massacrar os italianos.”
Luigi Di Maio sublinhou que o Governo está disposto a vender ativos imobiliários, reduzir desperdícios e introduzir cláusulas de defesa para garantir que o défice não excede a meta dos 2,4% da produção em 2019. A Comissão Europeia deve começar as medidas disciplinares contra Roma na próxima quarta-feira, um procedimento que pode acabar com multas sem precedentes para o país italiano.
As eleições europeias estão a transformar-se numa batalha entre partidos centristas, pró-UE e nacionalistas de extrema-direita que querem impedir a imigração.
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