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Lula da Silva condenado a nove anos e meio de prisão

Antigo presidente do Brasil foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da mega-investigação Lava-Jato.
  • Ueslei Marcelino/Reuters
12 Julho 2017, 18h12

O ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, foi condenado a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pelo juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava-Jato.

Cerca de dez meses depois da acusação formal, o juiz federal afirma que Lula da Silva recebeu cerca de 3,7 milhões de reais em subornos da OAS, num triplex do Guarujá, num esquema relacionado com a empresa brasileira Petrobrás, sendo a primeira condenação do ex-presidente no processo.

“Entre os crimes de corrupção e de lavagem, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a nove anos e seis meses de reclusão, que reputo definitivas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, condenou Moro na sentença emitida pela 13ª vara federal criminal de Curitiba.

No âmbito das investigações foram recolhidas provas de que empresas fornecedoras da Petrobrás pagariam uma vantagem indevida a dirigentes da empresa estatal, mas também a agentes políticos e a financiar “com recursos provenientes do crime, partidos políticos”, explica o acórdão.

Em contrapartida, os políticos envolvidos apoiavam a nomeação e a permanência nos cargos da Petrobrás dos referidos diretores, recebendo uma remuneração periódica.

O Ministério Público acusou Lula da Silva de participar “conscientemente do esquema criminoso”, tendo “ciência de que os diretores da Petrobrás utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos”.

Os valores em causa teriam sido corporificados na disponibilização ao ex-Presidente de um apartamento triplex, sem que houvesse pagamento do preço correspondente. O ex-presidente terá pago um apartamento simples, por cerca de 209.119,73 reais, mas o grupo OAS disponibilizou o apartamento triplex, sem que fosse cobrada a diferença de preço, acusa o Ministério Público brasileiro.

A esta acusação acresce o recebimento de vantagem indevida através do pagamento das despesas, no valor de 1.313.747,00 reais, entre 2011 e 2016 de “bens de sua propriedade ou recebidos como presentes durante o mandato presidencial”.

“Em ambos os casos, teriam sido adotados estratagemas subreptícios para ocultar as transações”, diz Moro.

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