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Lula da Silva: “Para o Governo de Bolsonaro a democracia é um estorvo”

Em entrevista ao “El País”, e questionado sobre o motivo pelo qual não existem protestos no Brasil, apesar da agitação social que se vive na América Latina, Lula da Silva justifica esse acalmia com os poucos meses de Bolsonaro na liderança do Governo.
28 Novembro 2019, 13h13

Lula da Silva, antigo presidente do Brasil, considerou esta quinta-feira em entrevista ao espanhol “El País” que para o Governo liderado por Jair Bolsonaro, a “democracia é um estorvo”. Numa das primeiras entrevistas concedidas depois de sair da prisão, Lula da Silva sublinhou que no atual executivo liderado por Bolsonaro “há pessoas que não compreendem bem o que é a democracia” e que o próprio presidente do Brasil “não valoriza a democracia”. “Foi várias vezes mencionada a possibilidade de encerrar o Supremo Tribunal, o Congresso, de restituir o AI5 (o decreto que deu início à prior repressão desde a ditadura) e já fizeram não sei quantos decretos para autorizar (a posse) de armas. Acreditam que tudo se resolve com o povo armado nas ruas, quando, na verdade, tudo se resolve com mais tecnologia, mais educação e mais emprego”.

Questionado sobre o motivo pelo qual não existem protestos no Brasil, apesar da agitação social que se vive na América Latina, Lula da Silva justifica esse acalmia com os poucos meses de Bolsonaro na liderança do Governo: “No primeiro ano, o povo tem a expectativa que aconteçam coisas boas mas o que agora sucede é o agravamento do desemprego, o rendimento diminui e há dificuldades para comprar o mínimo para comer, por exemplo”.

Sobre a sua estratégia, agora que está fora da prisão, Lula da Silva promete “continuar a batalha política para provar a minha inocência. Preciso de provar que todos os processos contra mim são falácias, mentiras, invenções, tantos dos meios de comunicação social como do Ministério Público e do juiz Moto (que o condenou e hoje é ministro da Justiça). O segundo é ajudar o Partido dos Trabalhadores a preparar-se para disputar eleições em 2020 para as autarquias e para as presidenciais em 2022.

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