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Lusodescendente David Valadao é uma das últimas 20 incógnitas do Congresso dos Estados Unidos

Republicano pode tornar-se o quarto descendente de açorianos na Câmara dos Representantes, onde representou o estado da Califórnia entre 2014 e 2018. Nick Freitas, o quinto lusodescendente que procurava juntar-se a Devin Nunes, Jim Costa e Lori Loureiro Trahan, ainda não reconheceu a derrota na Virgínia.
  • David Valadao
10 Novembro 2020, 08h15

O candidato republicano David Valadao, que procura representar o 21.º distrito da Califórnia na Câmara dos Representantes, mantém ligeira vantagem sobre o adversário democrata numa das últimas 20 disputas eleitorais em que ainda não foi anunciado vencedor. A manter-se o avanço sobre o incumbente T. J. Cox, que derrotou Valadao nas eleições intercalares de 2018, a câmara baixa do Congresso terá o maior número de lusodescendentes de sempre, pois o republicano Devin Nunes e o democrata Jim Costa já asseguraram a reeleição noutros dois círculos californianos da zona rural do Vale de São Joaquim, enquanto a democrata Lori Loureiro Trahan, tal como eles descendente de açorianos, nem sequer enfrentou concorrência para continuar a representar o 3.º distrito do Massachusetts, nos subúrbios de Boston, ficando apenas à porta do Capitólio o republicano Nick Freitas, que ainda não reconheceu derrota na tentativa de conquistar o 7.º distrito da Virgínia.

Numa altura em que a manutenção da maioria democrata na Câmara dos Representantes está assegurada – e o Senado deverá manter a maioria republicana, a não ser que os democratas vençam as duas segundas voltas na Georgia que conduziriam a um 50-50 desempatado pela vice-presidente eleita Kamala Harris -, mas ficará reduzida pelas vitórias surpreendentes de novos congressistas republicanos um pouco por todo o território norte-americano, David Valadao está 4.570 votos à frente do atual representante do 21.º distrito da Califórnia, T. J. Cox, numa disputa eleitoral que tanto poderá ser a desforra como a repetição de um desfecho infeliz para o lusodescendente, pois ainda falta contar metade dos votos.

O empresário de laticínios David Valadao, de 43 anos, foi eleito duas vezes para a Câmara dos Representantes, em 2014 e 2016, e chegou a ter a vitória nas intercalares de 2018 confirmada pela agência noticiosa Associated Press. No entanto, a chegada de boletins enviados por correio levou a que o rival T. J. Cox ficasse 862 votos à frente aquando do final da contagem. Entre os democratas republicanos teme-se que desta vez não haja votos suficientes para tal, pois a maioria dos boletins por escrutinar vêm de condados em que Donald Trump teve mais votos do que Joe Biden.

Já a perda de uma vantagem inicial que chegou a parecer inultrapassável está a levar o republicano lusodescendente Nick Freitas a recusar-se a reconhecer a derrota no 7.º distrito da Virgínia para a incumbente democrata Abigail Spanberger, que se declarou vencedora logo na quinta-feira e viu tal estatuto confirmado pela Associated Press no domingo. Certo é que a antiga agente da CIA somou 229.983 votos (50,9%) contra 222.081 do descendente de açorianos (49,1%), pelo que não é muito claro o que este possa fazer além de reconhecer a derrota no comunicado que prometeu fazer na sexta-feira e ainda não divulgou.

Com praticamente tudo decidido em Washington, tirando as duas segundas voltas entre dois incumbentes republicanos e dois democratas, que deixarão o controlo do Senado em suspenso (pelo menos) até 5 de janeiro de 2021, parece certo que a maioria de Nancy Pelosi na Câmara dos Representantes irá encolher bastante. A legislatura terminou com 232 democratas, 197 republicanos, um libertário e cinco lugares vagos, todos de eleitos republicanos, mas a contagem atual aponta para um saldo negativo de quatro lugares os democratas, podendo essa perda aproximar-se da dezena de congressistas.

 

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