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Macron enfrenta crescimento económico abaixo do previsto

A expansão da economia gaulesa não consegue atingir os valores do ano passado. No terceiro trimestre cresceu 0,4%, abaixo do previsto. Más notícias para Emmanuel Macron.
  • Cristina Bernardo
30 Outubro 2018, 08h44

Depois de ter crescido 0,2% tanto no primeiro como no segundo trimestre, o governo francês de Emmanuel Macron assumia a perspetiva de que a economia gaulesa produziria um salto de 0,5% no terceiro trimestre, mas os valores conhecidos esta terça-feira indicam que não foram além dos 0,4%. As notícias não são boas para o presidente, que enfrenta uma onda de contestação a algumas das suas decisões, o ‘despedimento’ de vários ministros e, por consequência, o fim do estado de graça com que chegou ao Palácio do Eliseu.

As entidades que analisam a economia francesa, nomeadamente o Banco de França, previam um crescimento de 0,5% no terceiro trimestre, que não se confirmou. O crescimento da economia francesa é alavancado pela procura interna e particularmente pelo aumento do consumo das famílias, e também pelas exportações.

O consumo, que caiu 0,1% no segundo trimestre, recuperou 0,5% entre julho e setembro, à custa do setor de serviços. Melhor está o investimento das empresas, que mostrou um forte aumento (mais 0,8% no terceiro trimestre, depois de ter crescido 0,9% no segundo trimestre), particularmente nas atividades de TI e no setor automóvel.

A melhoria do comércio exterior, que penalizou fortemente a atividade no início do ano, parece estar a surgir: entre julho e setembro, o comércio com o exterior (o calcanhar de Aquiles da economia francesa) contribuiu positivamente para o crescimento, tendo atingido 0,1%, depois de ter apresentado um crescimento negativo de 0,2% no trimestre anterior.

A recuperação económica foi amplamente antecipada por economistas e pelo governo, que disse esperar para o terceiro trimestre o relançamento dos negócios após o descalabro do primeiro semestre.

No entanto, este crescimento é considerado insuficiente para permitir que a economia gaulesa regresse a este ano aos níveis de crescimento de 2017 (2,2%). As previsões são agora de que, no final de 2018, a França atinja um crescimento de 1,6% – segundo o Banco de França, que é menos otimista que o governo – ainda ‘agarrado’ à hipótese de uma expansão de 1,7%.

Em 2017, a economia francesa conseguiu crescer trimestralmente sempre acima de um mínimo de 0,6%, valor que ainda não foi atingido em qualquer trimestre de 2018, pelo que o crescimento irá necessariamente ficar abaixo do do ano passado. O último trimestre em que a economia francesa encolheu foi o segundo de 2016 – mas as notícias não são excelentes para Emmanuel Macron, ainda por cima num quadro em que a generalidade da União Europeia prevê o abrandamento do ritmo de crescimento no final de 2018 quando comparado com o de 2017.

A bolsa de Paris recua 0,32%, para 4.973,57 pontos.

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