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Madalena Tomé: SIBS está a desenvolver com os bancos o OPEN Banking API

“Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar o contrário”, disse a presidente da SIBS que citou Einstein. “Em Portugal, Bancos e SIBS, têm o que é preciso para continuarem na vanguarda desta revolução digital. E não é só tecnologia”, garantiu a gestora.
  • Cristina Bernardo
6 Fevereiro 2018, 21h54

“A transformação digital é uma revolução sem precedentes em âmbito, velocidade e grau de impacto, e o sector da Banca não é exceção porque não só é abrangido, como é ele próprio catalisador deste movimento”, começou por dizer Madalena Cascais Tomé, presidente da SIBS.

Recorde-se que a SIBS juntamente com a Associação Portuguesa de Bancos (APB) é anfitriã da Banking Summit – Leading Into a New Era, um evento a decorrer hoje e amanhã, no Sud Lisboa.

Madalena Tomé falava das inovações recentes que se destacam no contexto europeu, quando anunciou que Portugal terá uma Plataforma Open Banking API à escala nacional, já em desenvolvimento pela SIBS com os Bancos.

“Por um lado, a Banca é o sector que mais investimento realiza em tecnologia, quer na obtenção de ganhos de produtividade e no aumento da eficiência, quer no desenvolvimento de novas experiências e formas de relacionamento com o cliente (Segundo a Federação Bancária Europeia, os Bancos investem anualmente 700 mil milhões em inovação tecnológica, o que equivale a um quinto do investimento total)”, disse Madalena Tomé.

Por outro lado, a Banca “é o principal financiador da economia, e é uma atividade incontornável com impacto transversal nos vários sectores, pelo que tem um contributo fundamental para dinamizar a digitalização dos indivíduos, das empresas, da administração publica e da Sociedade em geral”, adiantou.

“A SIBS – enquanto parceira tecnológica dos Bancos e Fintech que tem assumido um papel incontornável para a digitalização em Portugal – e a Associação Portuguesa de Bancos uniram-se na realização desta conferência que tem por objetivo partilhar o estado das artes no que à economia digital diz respeito”, referiu a presidente a SIBS. “Os Bancos têm confiado na SIBS para liderar a evolução tecnológica e a digitalização dos pagamentos, consolidando a posição da Banca nacional e da SIBS como motor de um dos sistemas de pagamentos mais avançados no mundo e que internacionalizou este know-how além-fronteiras”, explica.
A SIBS está presente em mais de 10 mercados, no centro do dia-a-dia de mais de 300 milhões de utilizadores, revelou.
“Em Portugal, o sistema de pagamentos é de tal forma avançado que gerou externalidades reconhecidas como das maiores inovações nacionais da atualidade, como sejam os serviços Multibanco, a Via Verde, e os cartões de telemóvel pré-pagos”, recordou a presidente da empresa, que sublinhou que a rede de pagamentos nacional é única com mais de 90 funcionalidades disponíveis.

“Os Portugueses fazem pagamentos de serviços e de faturas de forma digital há quase 30 anos. A primeira solução de pagamentos no telemóvel foi lançada pela SIBS há mais de 20 anos. São emitidas licenças administrativas de caça e pesca, num serviço que foi pioneiro e premiado a nível europeu, também a qualquer hora e em qualquer lugar, há mais de 10 anos. Tudo exemplos da capacidade de fazer diferente e antecipar tendências”, lembrou Madalena Tomé.

A gestora daquela que presidente da maior Fintech do setor bancário lembrou que a inovação faz parte do ADN do sector bancário nacional. Os bancos portugueses têm estado na vanguarda da digitalização sobretudo no que toca à vertente de experiência de cliente, reconhecimento esse que tem resultado em várias distinções recebidas a nível internacional. Isto para falar das “muitas soluções inovadoras que os bancos nacionais já oferecem aos seus clientes, como seja ter acesso a crédito instantâneo no telemóvel, abrir conta à distância através de uma videochamada, ou interagir com o gestor de cliente ou um BOT através de chats de conversação”.

“A SIBS desenvolveu uma plataforma tecnológica e soluções proprietárias, reconhecidas a nível europeu pela sua arquitetura, performance e resiliência”, disse adiantando que atualmente são processadas pela SIBS uma média de 8 milhões de transações por dia.

Os serviços de ciber-segurança e controlo antifraude da SIBS monitorizam de forma silenciosa, mas permanente, toda a atividade do sistema de pagamentos em Portugal e dos Portugueses no estrangeiro, e asseguram níveis de segurança até 4 vezes superiores à média europeia, em resultado de uma abrangência, know-how e experiência únicas.

“A concorrência é cada vez mais intensa, num mercado que é à escala global, e em que se assiste à proliferação de novos players e de concorrentes “inesperados” (como as grandes plataformas, ou agregadores de conteúdos digitais, ou ainda fabricantes de terminais e smartdevices)”, admitiu a gestora.

Por outro lado “as evoluções de regulação e compliance são cada vez mais intensas e competem por recursos e investimento (Segundo a Autoridade Bancária Europeia foram produzidos desde 2010 mais de 50 documentos e relatórios legais por ano, todos com
requisitos de adaptação pelos Bancos ou outras entidades do sector)”, disse.

No caso especifico do mercado português, o setor Bancário passou adicionalmente por uma alteração estrutural da sua composição, e por um processo de ajustamento “sem precedentes em qualquer outro setor, com fortíssima pressão sobre proveitos,acompanhado por fortes medidas de otimização de eficiência”,afirmou.

Neste contexto “desafiante”, que quase configura uma “tempestade perfeita”, “os Bancos em Portugal, em estreita parceria com a SIBS, continuam a dar provas de inovação e digitalização, e a ser referência à escala internacional nos novos paradigmas e em novos modelos de negócio”, salientou.

Inovações Recentes ao nível da digitalização dos serviços financeiros

“Das inovações recentes que se destacam no contexto europeu vale a pena referir aquelas em que inequivocamente Portugal volta a fazer história. Os Portugueses têm disponível, desde 2015, a primeira solução de pagamentos instantâneos da zona Euro. O MB WAY é uma das apps de pagamentos mais completas de que há conhecimento, e permite fazer desde compras online e in app até levantamentos sem cartão, só com telemóvel”, realçou Madalena Tomé.
Com o MB WAY, mais de meio milhão de Portugueses já tem a conveniência de ter o Multibanco no seu telemóvel, lembrou.

A presidente da SIBS anunciou que Portugal “terá uma Plataforma Open Banking API à escala nacional, já em desenvolvimento pela SIBS com os Bancos, e que constitui uma configuração única na Europa e em contexto PSDII, em dimensão, abrangência e funcionalidades”.

API são as iniciais de Application Programming Interface ou, em português, Interface de Programação de Aplicativos.

“Esta plataforma irá disponibilizar uma sandbox e um mercado de Open API, e permitirá acelerar o desenvolvimento de serviços inovadores e de novos modelos de negócio, beneficiando todos os participantes do ecossistema, Bancos, outros prestadores de serviços (TPP) e clientes. Esta plataforma única de Open Banking API será suportada na SIBS em tecnologia, segurança e talento nacional.

Outra das inovações recentes que se destacam no contexto europeu, e ara dar resposta ao cibercrime, “cada vez mais complexo e sofisticado, e num contexto em que a pegada digital de clientes é cada vez mais extensa e acessível, os serviços SIBS PAYWATCH ganharam capacidades analíticas avançadas de inteligência artificial e cognitiva, e passaram a servir novos segmentos de clientes e mercados. Esta evolução pretende reforçar o posicionamento de Portugal no mapa como um centro de competências do combate à fraude e ao cibercrime à escala global”.

“E porque acreditamos que os modelos colaborativos com startups são fundamentais para acelerar a inovação nesta nova era digital, lançámos em 2016, com o apoio dos Bancos, o SIBS Pay Forward, o primeiro programa de aceleração na área dos pagamentos e fintechs a ser realizado em Portugal e um dos primeiros na Europa. O programa vai já na sua 2ª edição, e tem sido um tremendo sucesso, com +80% das candidaturas internacionais de +30 países diferentes, o que demonstra a capacidade de atração da SIBS e do sistema financeiro nacional”, referiu.

Concluiu dizendo que “os novos projetos estruturantes nesta área mostram bem que os Bancos em Portugal, em estreita parceria com a SIBS, estão a antecipar as oportunidades e a criar o seu futuro. E criar o próprio futuro é sempre a melhor forma de o prever”.
“Em Portugal, Bancos e SIBS, têm o que é preciso para continuarem na vanguarda desta revolução digital. E não é só tecnologia”. Madalena Tomé citou ainda o modelo de funcionamento colaborativo (“que permitiu que Bancos e SIBS enquanto FinTech cooperassem, para que o todo resultasse maior que a soma das suas partes”)e falou do “ADN de inovação, a obsessão pelo cliente, e o talento e engenho português são determinantes e fazem a diferença para este sucesso”.

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