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Madeira: “Cortar na saúde é fácil, mais difícil é investir”, diz Sara Cerdas

Sara Cerdas explicou algumas das dificuldades sentidas na negociação do relatório do programa de saúde europeu EU4Health, esta semana aprovado na Comissão de Saúde Pública, Segurança Alimentar e Ambiente (ENVI). Reconheceu como uma conquista o programa de saúde incluir no seu cerne uma abordagem holística da saúde, aplicando o principio de “saúde em todas as políticas”.
  • ENVI Committee meeting – Exchange of views with Mr Milan KUJUNDZIC, Croatian Minister of Health
15 Outubro 2020, 15h30

A eurodeputada do PS-Madeira Sara Cerdas participou esta quinta-feira no 16º Congresso Mundial de Saúde Pública, onde apelou a mais evidência científica no processo de tomada de decisão e à necessidade de reforçar o papel social da saúde.

No seu ponto de vista, para que o trabalho político de ação ocorra, é necessário que exista mais e melhor evidência, e que essa evidência chegue de forma rápida e simples aos representantes que estão nestes centros de decisão política.

“Infelizmente, cortar na saúde é fácil, mais difícil é investir, pois os resultados apenas surgem a longo prazo, muito depois das medidas serem implementadas. Por exemplo, a prevenção é um conceito complexo de compreender e investir. É difícil explicar aos cidadãos ou aos decisores políticos o que significa e engloba o conceito de prevenção. Precisamos, de mais evidência para contrariar esta propensão”, afirmou a eurodeputada durante a sua intervenção.

Sara Cerdas explicou algumas das dificuldades sentidas na negociação do relatório do programa de saúde europeu EU4Health, esta semana aprovado na Comissão de Saúde Pública, Segurança Alimentar e Ambiente (ENVI). Reconheceu como uma conquista o programa de saúde incluir no seu cerne uma abordagem holística da saúde, aplicando o principio de “saúde em todas as políticas”.

Todavia, no final dessa mesma abordagem, não foi possível encontrar um consenso, entre os deputados que estavam a negociar, nomeadamente em retirar do texto as palavras “quando aplicável”. “Esta última parte foi muito controversa nas negociações, porque a saúde em todas as políticas deve estar, de facto, em todas as políticas, e não quando aplicável”.

A eurodeputada reforçou, nesse sentido, que “devemos trabalhar em conjunto, ou seja, com os cientistas, académicos, sociedade civil, cidadãos e políticos, para trazer mais evidência à tomada de decisão”, e apelou aos congressistas que façam parte desta ação, reduzindo a separação entre o conhecimento científico e a tomada de ação em saúde pública.

“Quanto mais forte for o sistema saúde, mais desenvolvidos seremos como sociedade”, deixou o recado no seu discurso.

A intervenção decorreu durante o plenário sobre ‘Sistemas de saúde preparados para o futuro: promover melhor saúde, crescimento económico e coesão social’, e abordou possíveis formas para melhorar a saúde, a riqueza e o bem-estar da sociedade, como reduzir as iniquidades, como garantir maior sustentabilidade e resiliência nos sistemas de saúde e aumentar a sua qualidade e acessibilidade.

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