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Madeira: JPP vinca urgência de combater falhas nos centros de saúde

Lina Pereira relembrou que há utentes que continuam sem médico de família e os utentes que têm, aguardam meses para conseguir uma consulta, muitas vezes, “superior a seis meses. Outra situação é a demora para a renovação de receitas médicas que, em alguns casos, ultrapassa quatro semanas”, situação “incompreensível e inadmissível”, reforçou.
6 Janeiro 2023, 17h13

O Juntos pelo Povo esteve, esta sexta-feira, junto ao centro de saúde da Camacha para denunciar falhas que continuam a se verificar nos centros de saúde da Região, referiu Lina Pereira, porta-voz da iniciativa desta manhã.

“Foram às dezenas os utentes que, nestes dias de Festa e de balanço de fim do ano, apontaram a Saúde como um dos sectores que urge de mudanças, contrariando o próprio Secretário Regional da Saúde, na discussão do Orçamento que decorreu no Parlamento ainda em dezembro”, salientou.

Lina Pereira relembrou que há utentes que continuam sem médico de família e os utentes que têm, aguardam meses para conseguir uma consulta, muitas vezes, “superior a seis meses. Outra situação é a demora para a renovação de receitas médicas que, em alguns casos, ultrapassa quatro semanas”, situação “incompreensível e inadmissível”, reforçou.

“É de salientar o serviço público promovido pelas farmácias que, mesmo sem a receita médica, disponibilizam a medicação já com o valor comparticipado, aguardando pelo centro de saúde para que a situação seja regularizada”, apontou.

A porta-voz do JPP salientou que “muitas vezes, nem o utente tenta contactar o seu centro de saúde, via telefone, mas sem sucesso porque ninguém atende, obrigando-os a dirigir-se, presencialmente, ao local. E quem tem horário de trabalho que coincide com o horário de funcionamento do próprio centro de saúde, como faz?”, questionou.

Lina Pereira destacou que esta situação acaba por resultar num entupimento dos serviços de urgência, com custos mais elevados para o Serviço Regional de Saúde, ou no recurso ao privado, destacando o aumento que se verificou, em 2022, no número de médicos convencionados, a sua maioria, para Medicina Geral e Familiar.

Para Lina Pereira, é urgente compreender “porque ainda não foi replicado o modelo das Unidades de Saúde Familiar para todos os centros da Região, tal como foi prometido pelo senhor Secretário, Pedro Ramos, há já cinco anos”.

Nesse sentido, realçou que as Unidades de Saúde Familiar permitem um serviço constituído por uma equipa multiprofissional, orientado para a satisfação das necessidades dos utentes, com indicadores de padrão de qualidade, com autonomia organizativa técnico-funcional, tornando a organização dos centros de saúde mais flexível e menos burocrática.

“Nestas Unidades de Saúde Familiar, por exemplo, quando o médico ou enfermeiro de família está ausente, haverá sempre um profissional de outra equipa que poderá atender as situações agudas, sem precisar de nova marcação. Os pedidos de renovação de medicação crónica, por exemplo, são passados num prazo máximo de três dias úteis”, salientou.

Para o JPP é claro que as USF trariam benefícios, quer para os utentes, quer para a própria dinâmica profissional sendo por isso urgente que “mais do que palavras, a Secretaria Regional de Saúde, passe à ação”, concluiu.

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